domingo, 22 de janeiro de 2012
Sobre calendários, anos novos, religiões...
Neste início de ano, impõem-se-nos não só os indispensáveis balanços do(s) ano(s) que passou(aram), mas mais, debruçarmo-nos sobre o sentido das suas inúmeras celebrações.
O Calendário estabelece o tempo (ou não-tempos) para a celebração dos ritos que atualizam a memória de uma origem que justifica e dá sentido à vida. O espaço temporal registado pelo calendário é um espaço intercalar, inscrito no tempo das vivências. É um tempo contrastante que não existe para se viver, mas unicamente para se celebrar. É um espaço que não pertence ao Homem, mas que o envolve e que é reservado para algo que o transcende. É neste ponto que as Religiões, particularmente, se encontram em concordância. É à volta deste patamar de concordância que se constroem ou fortalecem muitas das harmonias indispensáveis às vivências de relação indiferenciada.
É verdade que as datas celebrativas divergem para cada realidade religiosa, mas o facto de se reconhecer o direito de cada comunidade fazer as suas celebrações, segundo um calendário próprio, organizado e ajustado, ao longo de gerações, e fundado em razões de tradição ancestral, é não só um acto elementar de cidadania mas, melhor, uma disposição social evoluída e civilizada.
Rui Oliveira
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