Do Manifesto:
‘CRONO’ nasce de um compromisso com a Arte Urbana assente na premissa de que somos todos tão efémeros como todas as nossas criações - uma forma de pensar o tempo e de pôr em evidência uma nova dimensão da cidade: a cidade como organismo vivo que se constrói e cria de uma forma espontânea, natural e livre. É nesta dinâmica de apropriação de espaços de Lisboa que, em quatro momentos que correspondem às quatro estações do ano, serão desenvolvidos trabalhos de pintura de impacto urbano e registos de diferentes ambientes da capital através do tempo.
Com o objectivo de estabelecer um roteiro de Arte Urbana em Lisboa em quatro momentos do ano, uma selecção de artistas internacionalmente consagrados são convidados a desenvolver intervenções conjuntas com artistas nacionais e comunidades locais num processo de “curadoria urbana”, a qual conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa para a disponibilização de espaços da cidade para o efeito.
Conceito
Nós gostamos de pensar que antigamente, há centenas de anos atrás, o Espaço e o Tempo desfrutavam de forma equivalente a relevância e o poder. O Espaço era misterioso e desregulado como o Tempo.
Actualmente parece que chegámos a um ponto em que conseguimos tratar o Espaço como algo facilmente adjectivável e com o qual conseguimos lidar. Conseguimos movermo-nos rapidamente, conseguimos aceder a locais remotos. No nosso planeta fomos capazes de reduzir o Espaço a uma entidade inofensiva.
Pelo contrário, o que não conseguimos dominar ou controlar é o Tempo. Conseguimos estabelecer o sítio onde vamos viver, e até dizer que somos de um sítio específico, mas nunca saberemos quanto tempo vamos durar. Na realidade somos de facto temporários. O Tempo é o que nos recorda todos os dias o que realmente somos: nómadas. Não importa o tempo que o nosso trânsito levará; estamos por cá por um tempo limitado, somos tão efémeros quanto todas as nossas criações. Para viver uma boa vida temos precisamente de fazer o melhor uso possível do nosso tempo. A arte consegue claramente ajudar-nos neste objectivo.
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Contribuição de Adriana Correia de Oliveira
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