quinta-feira, 31 de agosto de 2023
Meditações - o tempo das cerejas
Há um tempo para tudo:
Há um tempo para ser sonhador
Há um tempo para ser pragmático
Há um tempo para ser utópico
Há um tempo para ser distópico
Há um tempo para reinar
Há um tempo para trabalhar
Há um tempo para ser um senhor
Há um tempo para ser um estupor
Há um tempo para rir
Há um tempo para chorar
Há um tempo para cortejar
Há um tempo para amar
Há um tempo para nascer
Há um tempo para morrer
Há um tempo que passa
como todo os tempos
E depois há um tempo que se repete,
sempre com o mesmo sabor
Que é o tempo das cerejas...
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
terça-feira, 29 de agosto de 2023
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
Relógios Vostok Europe fazem 20 anos e lançam modelo comemorativo
Em Agosto de 2003 foi criada em Vilnius, Lituânia, a empresa Koliz Vostok. Um país sem qualquer tradição no ramo da relojoaria. Mesmo assim, o objectivo era criar uma manufactura, onde se iriam produzir relógios sob a marca “Vostok Europe” (VE).
Ao longo das duas últimas décadas, foram lançados dezenas de modelos, inteiramente concebidos, montados, testados e construídos em Vilnius.
Para assinalar o 20º aniversário da marca, acaba de ser lançado o modelo VE 20th Anniversary, juntando um calibre mecânico japonês, tubos luminescentes de trítio da Suíça e meteorito vindo do espaço (certificado pelo Lithuanian State Research Institute Center for Physical Sciences and Technology).
Limitado a 200 exemplares, o relógio tem caixa de 48 mm, de aço e calibre automático, com GMT, indicadores de reserva de corda e de 24 horas. É estanque até 200 metros. O mostrador emite fluorescência verde. Vem num estojo de madeira, com bracelete suplementar e ferramenta para a colocar. A marca é representada em Portugal pela Sociedade de Relojoaria Independente. O preço recomendado é de 1.099 euros
Meditações - They call it stormy Monday, but Tuesday's just as bad
They Call It Stormy Monday
They call it stormy Monday, but Tuesday's just as bad
They call it stormy Monday, but Tuesday's just as bad
Wednesday's worse, and Thursday's also sad
Yes the eagle flies on Friday, and Saturday I go out to play
Eagle flies on Friday, and Saturday I go out to play
Sunday I go to church, then I kneel down and pray
Lord have mercy, Lord have mercy on me
Lord have mercy, my heart's in misery
Crazy about my baby, yes, send her back to me
domingo, 27 de agosto de 2023
Meditações - Happy Hour no final de Agosto
Happy Hour
I always forget the name,
delphinium,
even though it was the flower
the hummingbirds
loved best. They came in pairs—sleek,
emerald-bright
heads, the clockwork machinery
of their blurred wings
thrumming swift, menacing engines.
They slipped their beaks.
as if they were swizzle sticks, deep
into the blue
throat of delphinium and sucked
dry the nectar-
chilled hearts like goblets full of sweet,
frozen daiquiri.
I liked to sit on the back porch
in the evenings,
watching them and eating Spanish
peanuts, rolling
each nut between thumb and forefinger
to rub away
the red salty skin like brittle
tissue paper,
until the meat emerged gleaming,
yellow like old
ivory, smooth as polished bone.
And late August,
after exclamations of gold
flowers, tiny
and bitter, the caragana
trees let down their
beans to ripen, dry, and rupture—
at first there was
the soft drum of popcorn, slick with oil,
puttering some-
where in between seed, heat, and cloud.
Then sharp cracks like cap
gun or diminutive fireworks,
caragana
peas catapulting skyward like
pellet missiles.
Sometimes a meadowlark would lace
the night air with
its elaborate melody,
rippling and sleek
as a black satin ribbon. Some-
times there would be
a falling star. And because
this happened in
Wyoming, and because this was
my parents’ house,
and because I’m never happy
with anything,
at any time, I always wished
that I was some-
where, anywhere else, but here.
sábado, 26 de agosto de 2023
Meditações - Que os deuses amaldiçoem quem inventou as horas...
After the Romans installed their first public sundial in 263 B.C.E., he says, the Roman playwright Plautus objected to the new fad of timekeeping via a character in one of his plays: “The gods damn that man who first discovered the hours, and—yes—who first set up a sundial here, who’s smashed the day into bits for poor me! You know, when I was a boy, my stomach was the only sundial, by far the best and truest compared to all of these.... But now what there is, isn’t eaten unless the sun says so. In fact, town’s so stuffed with sundials that most people crawl along, shriveled up with hunger.”
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
Meditações - os relógios deixaram de tocar
Corações que batem para sempre
Quando o meu pai partiu, os relógios deixaram de tocar. O meu pai adorava precisão, beleza e engenhos com muitas peças, por isso tinha uma coleção de relógios que foi crescendo com os anos. Imbuída do mesmo gosto por peças de coleção, comprei um num leilão, uma mimosa peça Art Déco que anunciava cada quarto de hora com uma badalada diferente. Nunca consegui acertar o passo às horas e às suas parcelas com o tempo real. Com o meu pai isso seria uma impossibilidade, pois ele via a beleza das coisas na sua utilidade, como se a mera função ornamental fosse uma futilidade, um desvio daquilo que é verdadeiramente importante. Em casa dos meus pais, não existiam máquinas ou engenhos avariados. As exceções encontravam-se na oficina do meu pai, à espera de reparação.
Acredito que o meu pai queria consertar tudo porque demorou a vida inteira a reparar o seu próprio coração. Era uma alma sensível, filho de um homem distante e depressivo e de uma senhora má. Sei que pode parecer politicamente incorreto dizer isto, mas infelizmente nem todas as pessoas nascem boas, ou escolhem o caminho da bondade ao longo da sua existência. A minha avó paterna encontrava maior realização pessoal na intriga e na discriminação entre filhos e netos do que em práticas de boa cristã, apesar de não faltar uma missa dominical. Tinha um belíssimo oratório, com um genuflexório com a trave forrada a veludo escarlate no qual se ajoelhava com frequência. Talvez usasse um véu preto de renda e segurasse um terço de madrepérola. Admito que tais pormenores possam ser fruto da minha imaginação de escritora, mas a maldade não vem da minha imaginação, embora não fosse imediatamente percetível, como é aliás comum no ser humano. Um cão mau vê-se logo que é mau, uma pessoa nem sempre. A verdade é que o meu pai, talvez o melhor homem que conheci, teve uma mãe má e toda a gente sabe que uma mãe má não faz bem a criança nenhuma. O amor encontrou-o cedo, nos braços da minha mãe, quando deu um trambolhão na praia de São Martinho do Porto a jogar ao Mata, um jogo com um ringue de borracha muito em voga nos anos 1950 que consistia em atingir elementos da equipa adversária com o projétil. Com um pé torcido, foi coxear para a farmácia da vila. A minha mãe foi atrás dele e nunca mais o largou.
Seis anos depois casaram, tiveram três filhos, sete netos e vários relógios. Quando adoeceu, continuou a fazer reparações na oficina. Mesmo nos anos em que viveu na cadeira de rodas e o distúrbio já lhe traía os movimentos precisos, nunca desistia de consertar alguma coisa. A sua doença não tinha conserto, foi tomando conta dos músculos e nervos, sem nunca lhe atrofiar a lucidez. Impedido de ir para a casa de campo, ali os relógios silenciaram-se, mas ninguém se apercebeu. Só depois da sua morte, a mudez das máquinas se abateu sobre nós.
Três anos depois, o meu irmão, tão parecido com ele nos modos e na grandeza de coração, voltou a dar vida útil às máquinas. Num almoço recente em família perguntou-me com os olhos a brilhar:
– Mana, não ouves nada de diferente? O relógio da casa de jantar, uma máquina complexa com dois mostradores, ressuscitara. E foi como se, ao fim de três anos de luto, o coração do meu pai voltasse a bater.
A vida ensinou-me que um grande amor demora três anos a esquecer, mas também me ensinou que o amor de pai nunca se esquece.
Margarida Rebelo Pinto, Rubrica "A vida como ela é", Notícias Magazine, 19/07/2023
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
Peça única Vacheron Constantin para tablier de um Rolls-Royce
O Les Cabinotiers Armillary Tourbillon foi concebido exclusivamente para um Rolls-Royce Amethyst Droptail, em resposta ao pedido de um cliente que colecciona automóveis e relógios de luxo.
A Vacheron Constantin concebeu uma peça para ser montada no
painel de instrumentos do Rolls-Royce Amethyst Droptail. Em estreita
colaboração com a casa de luxo britânica, a manufactura suíça desenvolveu as
especificações técnicas e os pormenores de acabamento da edição única do
relógio Les Cabinotiers Armillary Tourbillon para complementar na perfeição o interior
do carro.
Concebido para ser exibido no painel de instrumentos, com acabamento em madeira folheada a ébano Macassar, o relógio está alojado num mecanismo de suporte totalmente integrado, mas amovível.
Os mestres relojoeiros da Vacheron Constantin trabalharam em
estreita colaboração com a equipa de design da Rolls-Royce Coachbuild para
garantir que as formas, os materiais e as cores do relógio estavam em perfeita harmonia
com o seu ambiente.
O suporte foi concebido de forma a poder ser retirado do seu
encaixe em caso de necessidade e a permitir rodar o relógio 180 graus para
acertar a hora, dar corda e admirar o calibre. A estrutura exterior
ligeiramente curvada do suporte é feita de aço polido, com uma estrutura interior
biselada, em aço texturizado a laser, com um revestimento PVD preto. A base do
relógio está ligada a uma placa de base em ouro branco, guilhochada com um
motivo de raios de sol, trabalhado à mão e encimada por uma Cruz de Malta
aplicada. O suporte pode ser coberto com uma tampa em aço, fixada com um fecho
em Cruz de Malta. Quando o relógio e o suporte são retirados do painel de
instrumentos e colocados na sua caixa, o seu lugar no receptáculo do painel de
instrumentos é ocupado por um suporte vazio idêntico.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Les Cabinotiers Tourbillon Armillary
Referência 9880C/000A-182C
Calibre 1990
Desenvolvido e manufacturado por Vacheron Constantin
Mecânico, corda manual
35,50 mm de diâmetro, 10 mm de espessura
Autonomia do movimento: cerca de 58 horas
2,5 Hz (18 000 vibrações/hora)
299 peças
45 rubis
Placa principal e pontes do fundo em PVD malva e pontes do
lado do mostrador com tratamento NAC.
Relógio com selo de qualidade Poinçon de Genéve
Indicações – Horas e minutos retrógrados
Pequenos segundos no turbilhão
Turbilhão armilar
Caixa Aço inoxidável
43,8 mm de diâmetro, 19,90 mm de espessura
Fundo da caixa em vidro de safira
Mostrador em vidro de safira opalino transparente e latão
banhado a ródio
Ponteiros de titânio
Suporte do Relógio – Aço inoxidável e ouro branco de 18
quilates, com acabamento guilloché trabalhado à mão no verso e decorado com uma
Cruz de Malta
Estojo especial Les Cabinotiers
Peça única
"Pièce unique", "Les Cabinotiers" e
marca distintiva AC gravados no verso do relógio