Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

sábado, 24 de outubro de 2020

Relojoaria Queiroz, a mais antiga de Braga, fundada em 1903 (do Núcleo do Tempo do Ephemera)

Do Núcleo do Tempo do Arquivo Ephemera - Nota de Crédito de 15 de Janeiro de 1957, emitida pela Relojoaria Maurício Queiroz, Lda, na rua D. Frei Caetano Brandão, 4, Braga.

Aquando da elaboração de História do Tempo em Portugal -Elementos para uma História do Tempo, da Relojoaria e das Mentalidades emPortugal (2003), falámos com o então responsável por este espaço, um dos mais antigos no seu género na cidade.

Em Relógios & Relojoeiros - Quem é Quem no Tempo em Portugal (2006) incluimos entradas sobre este tema:

OURIVESARIA QUEIROZ Estabelecimento inaugurado em 1903 – o mais antigo do género na cidade de Braga. Fundada por José Augusto Pinto de Queiroz, um operário têxtil que se dedicaria à relojoaria e que passaria, à sua morte, em 1933, aos três filhos – José, João e Maurício.

A casa, que esteve primeiro no Campo da Vinha e que se mudou depois para o local onde ainda hoje se encontra, a Rua D. Frei Caetano Brandão, é dirigida pelo actual proprietário, Paulino Ribeiro de Araújo.

Paulino Ribeiro de Araújo, em 2002, no seu estabelecimento  (fotografias arquivo Fernando Correia de Oliveira)

 

Em Relógios & Relojoeiros - Quem É Quem no Tempo em Portugal, escrevemos:

ARAÚJO, Paulino Ribeiro de

Relojoeiro reparador, continuava em 2004, aos 81 anos, à frente da Relojoaria Queiroz, um estabelecimento fundado em 1903 – o mais antigo do género na cidade de Braga. A Relojoaria Queiroz foi fundada por José Augusto Pinto de Queiroz, um operário têxtil que se dedicaria à relojoaria e que passaria, à sua morte, em 1933, aos três filhos – José, João e Maurício – a casa que esteve primeiro no Campo da Vinha e que se mudou depois para o local onde ainda hoje se encontra, a Rua D. Frei Caetano Brandão.

Foi na Relojoaria Queiroz que o pai de Paulino o conseguiu “encaixar”, após ele ter feito a quarta classe, nas Oficinas de São José. “Os padres queriam que eu fosse para o seminário, mas eu não…”, dizia em entrevista, no início de 2004, o mais velho relojoeiro português em actividade. “O meu pai, que era polícia, mas que sempre se interessou por relógios e que frequentava a casa, pediu para que me dessem emprego. Fiquei até hoje”.

O seu grande mestre na arte da relojoaria foi José Augusto Pinto de Queiroz. “Ele tinha aprendido com o pai, eu aprendi com ele, e eu ensinei ao meus filhos”, diz. A Relojoaria Queiroz, que continua hoje a dedicar-se à venda, reparação e restauro de relojoaria fina, média e grossa, tem sido uma autêntica escola, por onde passaram gerações de relojoeiros. “Nos anos 40, 50 e 60 fizemos relógios de torre e de pé alto com mecanismos feitos por nós. E chegámos a vender relógios de pulso com a nossa marca, com movimentos comprados na Suíça”, diz.

Maurício Queiroz dá entretanto sociedade a Paulino e a outro relojoeiro da casa, Vítor Augusto da Costa Lima. Maurício falece em 1973.

Hoje, a Relojoaria Queiroz é pertença de uma sociedade familiar, composta por Paulino, a mulher e os seus sete filhos, quatro deles relojoeiros e a trabalharem na casa. “Isto já chegou a ter 13 relojoeiros, tal era o movimento de venda, reparação e restauro”. Para comemorar os 100 anos, lançaram um relógio de pulso, em 2003, edição limitada, com a marca Ourivesaria Queiroz e movimento ETA.

Entretanto, com o falecimento de Paulino, o negócio continuou sob a direcção dos quatro filhos. Um deles também já faleceu, mantendo-se os restantes três à frente da Relojoaria Queiroz (ver filme aqui)





Publicidade de 1940 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

 

                                   Publicidade de 1967 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

2 comentários:

Henrique J. disse...

Tiro o chapéu a este Sr. Paulino, que eu bem conhecia e que fez o favor de me dar a sua AMIZADE. Grande conhecedor de relojoaria e grande especialista de antiguidades. Belas lembranças. 👏👏👏🙏

Anónimo disse...

Era Padrinho do meu pai, Paulinoa da Costa Araújo, filho de Baltazar Ribeiro de Araújo e Diamantina Da Costa Marcelo, onde também com ele o meu pai aprendeu a arte da relojoaria.