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domingo, 8 de dezembro de 2013

Nova fábrica de cronógrafos e boutique da TAG Heuer em Paris - reportagem no Relógios & Canetas online de Dezembro


Reportagem na TAG Heuer sobre a inauguração de uma nova unidade de produção de calibres de cronógrafos e de uma nova boutique em Paris. A ler no Relógios & Canetas online de Dezembro, que pode ser descarregado na íntegra aqui ou aqui.


TAG Heuer inaugura nova fábrica

Rei dos cronógrafos

A TAG Heuer acaba de inaugurar a sua quarta unidade de produção em Chevenez, no Jura suíço e é lá que passa a produzir um novo calibre de cronógrafo integrado e totalmente desenvolvido internamente, o 1969.

Em 2009, a TAG Heuer lançou o Calibre 1887 (o ano em que Edmond Heuer inventou o pinhão oscilante, usado a partir de então pela marca em cronógrafos de bolso), também um cronógrafo, mas baseado num velho movimento Seiko, que a manufactura suíça transformou e, até agora, produziu 130 mil unidades. Desta vez, e com um investimento de 20 milhões de francos suíços, haverá um cronógrafo de roda de colunas, com embraiagem vertical e pinhão oscilante, e o objectivo é duplicar a capacidade de produção de cronógrafos da marca, tornando-a assim na líder dos fabricantes suíços de cronógrafos.

Para já, em 2013, serão produzidos apenas 500 unidades do novo calibre, mas em 2014 estão previstos 5 mil. Funcionando a 4 Hz (28.800 alternâncias por hora), e com 70 horas de autonomia, deverá ter uma variação diária de menos 4 a mais 6 segundos, parâmetros que estarão dentro dos exigidos pelos COSC para serem considerados cronómetros. As peças serão fornecidas pela Atokalpa, que pertence ao Grupo Parmigiani. O 1969 terá decoração “Côtes de Genève” e a massa oscilante será de tungsténio.

Quanto à leitura do tempo, será um clássico “tri-compax”, com ponteiro central dos segundos para o cronógrafo e submostradores dos minutos do cronógrafo às 3 horas, das horas do cronógrafo às 9 horas e pequenos segundos às seis horas. Além disso, tem data às 9 horas.

Ao somar os calibres 1887 e 1969 à sua capacidade de produção, a TAG Heuer deverá ultrapassar em 2013 os 50 mil cronógrafos, pretendendo alcançar os 100 mil em 2016.

Quanto, ao nome – 1969: foi nesse ano que Jack Heuer, juntamente com três parceiros industriais – Breitling, Hamilton e Büren, apresentou o Calibre 11, o primeiro cronógrafo automático do mundo. Jack equipou o seu modelo Heuer Monaco com o novo calibre.

Nova boutique em Paris

Entretanto, estivemos em Paris, onde estivemos na inauguração da nova boutique da TAG Heuer na capital francesa.

O novo espaço, no Boulevard des Capucines, perto da Ópera, atraiu actores, cantores, desportistas e políticos da cena francesa e internacional. Além da abertura da boutique, a TAG Heuer assinalava os 50 anos do seu modelo Carrera.

Os 120 m2 de vidro, aço e madeira exótica do novo espaço foram pequenos para albergar os convidados. Os pilotos Sébastien Ogier e Romain Grosjean sublinharam com a sua presença o carácter desportivo e historicamente ligado ao desporto automóvel da TAG Heuer.

O novo CEO da TAG Heuer, Stéphane Linder, e o embaixador de longa data da marca Leonardo DiCaprio marcaram presença no evento.

Com a boutique no nº 12 do Boulevard des Capucines, no chamado “triângulo de ouro” do retalho parisiense, perto da Place Vendôme e entre a Bucherer Paris e a Cartier, a TAG Heuer ficou com 180 boutiques em 57 países, com outras 20 previstas para abrir em 2014, incluindo uma outra em Paris e ainda Londres, Milão, Madrid, São Francisco, Los Angeles, Honolulu, Macau, Singapura e Beijing.

À conversa com Stéphane Linder

Recém-chegado à direcção da TAG-Heuer, Stéphane Linder é, no entanto, um veterano na empresa, onde entrou em 1993. Ainda fez parte da equipa que, dirigida por Christian Viros, depois da partida de Jack Heuer, em 1982, conduziu a marca até à sua aquisição pelo grupo LVMH, em 2000, altura em que Jean-Christophe Babin passou a dirigi-la. Com a saída recente de Babin para outra marca do grupo LVMH, a Bvlgari, Linder sobe a CEO da TAg-Heuer.

Formado na École Polytechnique Fédérale de Lausanne, com uma licenciatura em Engenharia, Linde começou como Project Development Manager, sendo responsável pelo lançamento de uma série de novos modelos, como o Kirium. A partir de 1997, passou a responsável do Marketing, e não apenas de relógios – Viros decidira em 1998 que a TAG Heuer deveria diversificar. A primeira escolha recaiu sobre óculos. Hoje, a marca produz uma série de acessórios, incluindo telemóveis. Com um design bem identificado.

Com a chegada de Babin à direcção, o objectivo passou a ser mais o de centralizar o esforço para que a TAG Heuer pudesse voltar a ser uma verdadeira manufactura, desenvolvendo os seus próprios calibres. Linder, apoiando uma ideia “louca” de Jean-François Ruchonet, aposta no projecto Monaco V4. E, desde 2003, passa a Director de Produto. A Pesquisa e Desenvolvimento passam a ser da responsabilidade de Guy Semon, outro engenheiro, neste caso, vindo da Aeronáutica.

Linde estava desde 2010 nos Estados Unidos, como Vice-Presidente de Vendas para a América do Norte quando, em Maio deste ano, foi chamado a suceder a Babin na direcção de uma casa que ele conhece tão bem.

Trocámos impressões com Stéphane Linde aquando da inauguração da nova Boutique TAG Heuer Opera, em Paris. Nesta conversa informal, Linde disse-nos que o objectivo continua a ser o de reposicionar a marca cada vez mais num segmento mais elevado – subindo inclusivamente os preços, mas oferecendo ao mesmo tempo mais qualidade, mais calibres próprios. “Chegou a hora de fundir a inovação com a produção”, diz-nos ele, referindo-se a uma série de avanços micromecânicos que foram colocados em protótipos – especialmente no capítulo das muito altas frequências.

Linde tem grande fé no novo calibre 1969, o tal cronógrafo automático de roda de colunas cujas partes são fornecidas pela Atokalpa e cuja espiral é Seiko.

O novo CEO da TAG Heuer fala das preocupações ambientais na nova fábrica, com painéis solares e emissões de carbono perto do zero, partindo para ideia de que “um relógio automático é muito mais ecológico que um de quartzo, pois não precisa de pilhas”.

“Continuamos a ser uma empresa de tecnologia de vanguarda, como o nosso nome indica, e o V4 fará 10 anos em 2014, pelo que isso será condignamente assinalado. Mas a aposta será agora mais na base industrial”, refere-nos. “O nosso ponto fraco, em termos de autossuficiência, eram os cronógrafos e isso não fazia sentido, sobretudo numa marca que se diz rei dos cronógrafos e tem uma imagem muito desportiva. Com a nova fábrica, vamos mesmo liderar este segmento”, garante.

Numa linguagem muito pragmática, a que nos foi habituando ao longo dos anos em que temos mantido contacto com ele, Stéphane Linde abordou a questão dos embaixadores, onde a TAG Heuer tem investido bastante. “Não é que acabemos com eles, mas chegámos à conclusão de que, para o consumidor final, a confusão é enorme e raramente identifica a personagem do embaixador com a marca que lhe paga. A partir de agora, mantendo os mesmos embaixadores, a nossa estratégia de comunicação vai centrar-se muito mais no produto. E, com o novo calibre… temos bom produto para mostrar”, conclui, sorrindo.


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