Anuário Relógios & Canetas 2013 - Editorial

Editorial do Anuário Relógios & Canetas 2013, título decano da especialidade em Portugal, que Estação Cronográfica dirige desde há nove anos.

Fazer parte do futuro

Um optimista fica acordado até à meia-noite para ver o novo ano chegar. Um pessimista fica acordado para ter a certeza de que o ano velho acaba… Esta frase, empregue amiúde na stand-up comedy, pressupõe que o ano seguinte será melhor do que o ano que passou. Ora…

A imprensa em Portugal, sobretudo a imprensa em papel, sofre uma crise sem paralelo, fruto da diminuição de leitores (atraídos para outros meios) e da diminuição de publicidade (afectada pela crise, ela própria a procurar outras plataformas).

Anuário Relógios & Canetas é o mais antigo título da especialidade em Portugal. E tem apenas 16 anos de existência. Numa época de desinvestimento maciço dos operadores no mercado, temos conseguido, apesar de tudo, resistir. Fruto, pensamos nós, da qualidade intrínseca do produto, da independência editorial que sempre nos norteou.

A edição 2013 do Anuário traz-lhe, mais uma vez, o que de mais importante se passou ao longo dos últimos 12 meses no sector, prospectiva o futuro a nível nacional e internacional. Dá voz aos principais actores, é montra das principais marcas. E fala-nos de outras dimensões de tempo.

A duração do período histórico da humanidade, cerca de 5 mil anos, não passa de uma pequena fracção comparado com o período pré-histórico. Se comprimíssemos a era humana na Terra num único dia de 12 horas, este período com registo histórico começaria cerca das 11h53, as Cruzadas teriam ocorrido há cerca de 1 minuto e 44 segundos, e a América teria sido descoberta há cerca de 55 segundos. Comparada com a história da própria Terra, então, a existência do homem fica totalmente fora de quaisquer proporções. Se a idade da Terra pudesse ser comprimida num único ano, os primeiros oito meses estariam completamente desprovidos de vida; os mamíferos não apareceriam senão na segunda semana de Dezembro; o Homem faria a sua entrada em cena a 31 de Dezembro, às 11h45 da noite, a escrita teria sido inventada há menos de um minuto, Cristo teria nascido há 22 segundos, e a América teria sido descoberta há seis.

É tudo tão relativo… Ou, como diria José Saramago, o Universo não tem notícia da nossa existência…

Será 2013 melhor do que 2012? E 2014, melhor do que 2013? Pelo que se vai sabendo, a incerteza campeia e o agravamento da situação parece ser o mais provável. Mesmo assim, estamos confiantes de que a Alta Relojoaria presente no mercado nacional continuará, como até agora, a apostar no Anuário. E que o público consumidor continuará a comprá-lo nas bancas.

Vai esperar para ver o Ano Velho ir embora ou vai estar atento ao que o Ano Novo lhe poderá trazer? Em tempo de grandes interrogações, conte connosco. No tempo certo. O futuro é agora, e nós queremos fazer parte dele. Consigo.