Editorial Janeiro
Do que se vai falar em 2024
De diamantes naturais e artificiais. Seguindo a
tendência de marcas do grupo LVMH ou da Pandora, o grupo belga Baunat redefine
o luxo ao lançar Vlaquère, uma colecção de jóias com diamantes de laboratório,
tão brilhantes quanto os seus congéneres fabricados há milhões de ano pela
Natureza. “Os diamantes naturais ou de laboratório são ambos excelentes
escolhas, por razões diferentes”, explicam os donos da empresa. “Os primeiros
apresentam riqueza histórica e são um investimento duradouro. Os segundos,
conseguem dar o brilho dos primeiros, dentro de um orçamento mais razoável”. Em
última análise, ambas as opções são impossíveis de distinguir em termos de brilho,
beleza e sentimentos que provocam. Um diamante é um diamante, e a escolha é
inteiramente pessoal, defendem. Com as pressões ambientais e de direitos
humanos a condicionarem cada vez mais a actividade mineira, pode chegar-se à
conclusão de que os diamantes naturais, afinal, não são tão eternos quanto os
artificiais.
De e-commerce e patentes de monitorização de saúde e
bem-estar. Multas à Rolex e à Apple. A primeira, domina na relojoaria
mecânica tradicional. A segunda, na geração smartwatch. A Rolex foi multada em 91,6
milhões de euros pela autoridade francesa da concorrência, por proibir
ilegalmente que os distribuidores vedam Rolex online. Será que a marca vai
ceder, primeiro no mercado gaulês, e depois em todo o mundo, disponibilizando
online os seus relógios? A Apple viu dois dos seus modelos mais recentes serem
proibidos de venda no mercado norte-americano, numa altura crítica natalícia. A
decisão partiu de um tribunal, que considerou ter a marca violado patentes
respeitantes a saúde (medidor de oxigénio no sangue). A Apple responde ainda
por outros casos de alegado desrespeito de patentes, todos na área da
monitorização da saúde e bem-estar.
Do futuro da Farfetch. Fundada em 2008 pelo português
José Neves, tinha por objectivo liderar o mercado global das compras online.
Quase que implodiu e foi salva, para já, pela injecção de 500 milhões de
dólares, ao ser adquirida pela Coupang, empresa sul-coreana, fundada em 2010,
por Bom Kim, um estudante de Harvard. A crise na Farfetch já está a ter
repercussões em Portugal, onde a empresa tem subcontratado soluções digitais
para os seus clientes, um portefólio com as mais importantes marcas de luxo do
mundo.
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