O Relógio da República identifica e contextualiza quais as mudanças estruturais que o novo regime trouxe, há 123 anos, ao
quotidiano do tempo nacional. Duas, essencialmente – a adesão ao sistema
internacional de Fusos Horários, por um lado; a introdução em plena Guerra Mundial do regime de Hora de
Verão e de Hora de Inverno, por outro.
Pelo meio, ficam personagens que ditaram os últimos dias da
Monarquia em termos de tempo colectivo – os relojoeiros Veríssimo Alves Pereira
e Augusto Justiniano de Araújo; ou marcadores da hora dos lisboetas, como o Balão do Arsenal
ou o Tiro da Politécnica.
Ou ainda figuras revolucionárias, como um jovem relojoeiro
suíço, Giuseppe Fontana, que trouxe para Portugal o ideário socialista, a visão
cooperativa das comunidades de relojoeiros da sua terra natal. Ou Mendes
Cabeçadas, que comandou a partir do Adamastor, e coordenando-se pelo seu Longines de bolso, os tiros decisivos contra o Palácio das Necessidades, a 4 de
Outubro de 1910.
Do novo regime, saía reforçado o papel do Observatório
Astronómico de Lisboa como emissor único do tempo oficial português, que está prestes a terminar, ou a
implantação do Relógio da Hora Legal, ao Cais do Sodré, que nunca funcionou como devia.
O Relógio da República é editado pela Âncora
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