Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

sábado, 10 de dezembro de 2022

Rolex certifica relógios em segunda mão

Editorial

Rolex certifica segunda mão

A justificação oficial é “porque os relógios Rolex são feitos para durar” e “geralmente vivem várias vidas”. A marca genebrina avança assim para o mercado da segunda mão, que nas últimas duas décadas se desenvolveu até de forma mais rápida que o mercado de primeira mão.

A Rolex lança assim o programa Certified Pre-Owned, permitindo ao cliente final comprar na rede certificada de retalhistas da marca modelos usados certificados como autênticos, e com dois anos de garantia internacional.

Os relógios abrangidos pelo programa Rolex Certified Pre-Owned estarão, numa primeira fase, já em Dezembro, disponíveis apenas na rede de boutiques Bucherer em seis países (Suíça, Áustria, Alemanha, França, Dinamarca e Reino Unido). A partir da Primavera de 2023, a rede alargar-se-á a outros pontos de retalhistas oficiais Rolex que queiram aderir ao programa.

Os Rolex em segunda mão terão pelo menos 3 anos na altura da revenda no ponto que ostentar na porta uma placa Rolex Certified Pre-Owned.

O mercado de segunda mão é de tal modo lucrativo que os grandes grupos de luxo não ficaram indiferentes ao fenómeno. Em 2018, o grupo Richemont entrou nele, ao comprar a Watchfinder. Em 2020, Watches of Switzerland comprou a Analog/Shift. E, no ano passado, o Hodinkee entrou nele ao comprar a Crown & Caliber. (Algumas outras marcas, incluindo Moser, Vacheron Constantin, Cartier, Audemars Piguet e MB&F, também têm programas de compra e revenda de peças usadas).

Nos últimos anos, vários modelos Rolex novos aumentaram de preço no mercado pós-venda, devido à escassez de produção face à procura. A iniciativa poderá ajudar a aliviar a pressão.

A dúvida maior: como vai a Rolex estabelecer preços de segunda mão? E como controlará o abastecimento do seu próprio mercado secundário? E como motivará a marca os pontos de venda a não revender a retalhistas fora da rede, e em que medida isso afectará os preços?

De qualquer forma, a entrada da Rolex neste mercado muitas vezes cinzento e cheio de falsificações, dá-lhe uma respeitabilidade nunca atingida.

Sem comentários: