O Observatório Astronómico de Lisboa serviu por estes dias de palco ao lançamento da edição 2023 do Anuário Relógios &Canetas. Um evento que incluiu uma palestra do astrofísico Rui Agostinho, versando a ligação milenar entre o Tempo e a Astronomia.
A iniciativa contou com a colaboração do Museu de História Natural e da Ciência (MUHNAC), que tem a responsabilidade da gestão do espaço museológico em que o Observatório recentemente se transformou.
Há 144 anos que o Observatório Astronómico de Lisboa tem por missão emitir a Hora Oficial para todo o país. Essa mesma missão caberá, algures a partir de 2023 ao Instituto Português da Qualidade.
É, pois, neste período de incerteza e transição, que o Anuário Relógios & Canetas decidiu atribuir o prémio Personalidade do Ano ao cientista que, nas últimas décadas, mais tem contribuído em Portugal para a divulgação da temática da medição do tempo.
Doutorado em Astronomia pela Universidade da Carolina do Norte, Rui Agostinho é Professor do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Durante anos responsável pela manutenção da Hora Legal, introdutor do conceito e dos meios de Time Stamping em Portugal, antigo Director do Observatório Astronómico de Lisboa, é um reconhecido divulgador de Ciência.
Da responsabilidade da Direcção do mais antigo título do seu género em Portugal, o Prémio do Anuário destinado a instituições ou personalidades que se tenham distinguido nesta área foi em 2017 para a Escola de Relojoaria da Casa Pia de Lisboa; em 2018, para José Teixeira, relojoeiro, decano do sector; em 2019 e 2020 não foi atribuído, devido à situação pandémica; em 2020, homenageou o Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, onde se encontra a mais valiosa colecção de relógios do país. Na foto, Fernando Correia de Oliveira, jornalista e investigador, Editor-Chefe do Anuário, entrega o galardão ao Professor Rui Agostinho.
Além do MUHNAC e do OAL, o evento contou com parcerias pro bono das empresas Alpine, Murganheira, Museu do Relógio, AIMEC, AEM e Boticas Hotel.
No evento, dissemos:
A relojoaria é uma filha da astronomia. Os astrólogos e, depois, os astrónomos precisaram de relógios cada vez mais precisos para as suas observações. As chamadas complicações astronómicas - calendários, fases e idade da Lua, equação do tempo - provocaram, a par do pêndulo, progressos significativos na tecnologia relojoeira.
A observação das estrelas permitia acertar os relógios mecânicos. Com o advento da electrónica, invertem-se os papéis, surgem os relógios atómicos, cuja precisão é superior à do movimento dos astros.
A luz viaja à velocidade de 300 mil km por segundo. A luz da Lua demora 1/3 de segundo a chegar à Terra. A luz do Sol demora 8 minutos e 1/3. A luz de Júpiter demora entre 35 e 52 minutos. A estrela Alpha Centauro demora 4 anos. Sirius está a 9 anos.luz, ou seja, quando a observamos, estamos a ver uma realidade de há 9 anos. A luz de Beatles Juice demora 430 anos a chegar à Terra. Ou seja, vemos uma realidade que ocorreu no final do século XVI. Orion está a 1.500 anos luz... A luz pode demorar dezenas de milhares de anos a chegar à Terra, vinda das regiões mais remotas da Via Láctea, a galáxia onde estamos, e que tem 100 mil anos-luz de comprimento.
Os telescópios mais avançados levam-nos a ver o passado de há milhares de milhões de anos. Olhar o céu é viajar no tempo, ver o passado. O Universo é uma Máquina do tempo. Olhem de vez em quando para o céu, observem as estrelas e... sejam felizes!
O júri do Grande Prémio de Relojoaria 2022, cuja composição está na foto acima, distinguiu ainda:
O Breguet Marine Hora Mundi foi o grande vencedor da noite - foi considerado o Relógio do Ano e foi ainda distinguido na categoria Complicação.
O Montblanc 1858 Geosphere 0 Oxigen foi o vencedor na categoria Escolha do Público. Na foto em baixo, Mafalda Sanches de Baêna, Directora de Marketing e Publicidade do Anuário, entrega o galardão ao representante da marca.
O Zeppelin Atlantik Automatik GMT venceu na categoria Quotidiano. Na foto em baixo, Carlos Torres, membro do júri, entrega o prémio ao representante da marca.
O Seiko Presage Urushi venceu na categoria Design. Na foto em baixo, a entrega do galardão às representantes da marca.
O Longines Master Collection venceu no relógio Feminino. Na foto em baixo, a entrega do prémio à representante da marca.
Em cima, o Bell & Ross BR05. Em baixo, o Panerai Submersible Quaranta Quattro. Venceram, respecitvamente, nas categorias Masculino e Desportivo.
Como já referido, o Breguet Marine Hora Mundi venceu como Relógio do Ano e na categoria Complicação. Nas fotos em baixo, o representante da marca recebe os galardões de dois dos membros do júri: António Ponces de Carvalho e João Santos.
Uma assistência de mais de cem interessados seguiu a animada palestra do Professor Rui Agostinho
Dois bólides
Alpine estiveram expostos no exterior do Observatório Astronómico de Lisboa. A marca foi o Patrocinador Principal do evento.
A
Murganheira é dos mais antigos parceiros do Anuário e, mais uma vez, esteve presente com os seus espumantes
A
AEMpress, de António Eduardo Marques (à esquerda, a falar com Jorge Pinheiro, da Sociedade de Relojoaria Independente), tem colaborado nas realizações do Anuário, dando apoio informático.
O
Sushiemtuacasa é outros dos parceiros habituais nos eventos do Anuário
O
Museu do Relógio ofereceu um exemplar da sua última edição especial, o Az'Zait e voltou a ser parceiro do Anuário.
Coincidência feliz... Rui Agostinho e Ponces de Carvalho foram colegas de curso, na Universidade. Um reencontro a lembrar a "serendipidade", conceito introduzido na língua portuguesa por um grande amigo do Anuário, já falecido, o Comandante Estácio dos Reis.
Os galardões deste ano foram produzidos por uma ceramista da Golegã
Eugénio Tavares de Almeida, da segunda geração à frente do Museu do Relógio
Nuno Correia, presença assídua nos eventos do Anuário
Uma estadia de duas noites, para duas pessoas, oferta do Boticas Hotel. Uma garrafa de espumante, edição especial, da Murganheira; e um relógio Museu Az'Zait. Presentes para três dos que, em noite escura e fria, se atreveram a entrar no espaço mágico do Observatório, na Tapada da Ajuda.
O som dos eventos Anuário tem sido garantido, nos últimos anos, pela
AIMEC, de António Penalva
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