O Arquivo Ephemera, no seu Núcleo do Tempo, possui um exemplar desse almanaque.
Lido aqui: Colaborador da Revista Militar, Luiz Travassos Valdez desenvolveu a sua actividade a partir de 1842 como Redactor, Autor e Coordenador de vários estudos - almanaques civis e militares. Esses estudos são de tal modo interessantes que além de notícias comuns encontramos outras menos vulgares que os tornam de grande interesse para serem consultados por investigadores de diferentes áreas. A eles recorreu Innocencio Francisco da Silva para redigir o seu Diccionario Bibliographico Portuguez. Foi durante alguns anos colaborador do Jornal do Commercio e no Diário Popular onde publicou em 1880 um estudo: Memoria Ácerca das Impressões do Governo, Obras Subsídiadas pelo Estado, Bibliothecas, Archivos, Boletins das Provincias Ultramarinas, Bibliographia Ultramarina.
Nas 703 páginas do Almanach de Portugal fica a saber-se o Quem É Quem do país há 165 anos. São centenas e centenas de nomes, espalhados pelos vários organigramas de uma nação em período conturbado de guerra civil. Reinava D. Pedro V, mandava no Governo o Duque de Saldanha. Entre Setembristas, Cartistas, Cabralistas... e o Rotativismo, antes da Regeneração e do Fontismo.
Mas também se ficam a saber outras coisas curiosas. Como quando era dia de Grande Gala ou de Pequema Gala. Que a população do Continente não chegava aos 3,5 milhões. Que ainda havia a Junta Geral da Bula da Cruzada. Que, quando o almanaque começou a ser escrito, Damasceno Monteiro era Presidente da Câmara de Lisboa. Mas que alterações à organização do território levaram à criação das câmaras municipais de Belém (o seu primeiro Presidente foi Alexandre Herculano) e dos Olivais. Por essa altura, era o Visconde da Trindade (José António de Sousa Basto) que liderava a edilidade do Porto.
Se tiver curiosidade de saber o nome completo de D. Pedro V, o almanaque revela-nos que, entre outros, era Amélio. Num curioso quadro, Luiz Travassos Valdez dá-nos as datas desde quando os reis de Portugal se passaram a intitular "do Algarve", "d'aquem e Além Mar em África", "Senhor da Guiné", etc.
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