O tempo que em palavras se dispersa!
- Os deuses, neste morto desfastio,
Nem dão por nós. Sózinho desconfio
Que a vida é uma coisa bem diversa...
Sózinho, não! Procuro alguém. E, a frio,
Inadaptado ao ritmo da conversa,
Vejo a verdade naufragar, imersa
Nas palavras que correm, como um rio.
Ó minha vida, aquém da minha obra!~
Pudesse eu dar-te, um dia, o que te falta,
Ou àquele tirar o que lhe sobra:
- Esta ansiedade de pairar, tão alta,
Que a faz supor que voa, quando salta,
Sobre o teu frouxo rastejar de cobra!
Carlos Queirós
sábado, 9 de dezembro de 2017
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