quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Relógios & Canetas online Janeiro - Editorial - o Swiss Made e os relógios de moda
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Editorial:
As novas regras do Swiss Made e os relógios de moda
Fernando Correia de Oliveira
A indústria relojoeira suíça prepara-se para adoptar as novas regras do Swiss made. Reflectindo a predisposição generalizada dos seus membros a Federação Relojoeira helvética iniciou em 2007 um processo de fortalecimento da etiqueta “Swiss made” no seu sector.
O endurecimento das regras do Swiss made tem em conta três objectivos:
- Garantir o valor e a credibilidade a longo prazo da etiqueta.
- Garantir a satisfação por parte dos consumidores que, quando compram um relógio Swiss made, esperam que ele tenha sido manufacturado na Suíça e que incorpore um alto valor acrescentado de origem suíça.
- Tornar a legislação mais específica, a fim de se poder reprimir mais facilmente os abusos.
A principal alteração introduzida pelo proposto fortalecimento da etiqueta consiste em especificar um critério mínimo de valor para o relógio, em vez de dizer respeito apenas ao calibre.
A partir do início de 2016, a indústria relojoeira helvética tem que se adaptar às novas regras, para que possa ostentar a etiqueta Swiss made. Haverá um período de transição.
Assim, os relógios de quartzo têm que ter um valor acrescentado suíço mínimo de 60 por cento.
Já os relógios mecânicos têm que ter um valor acrescentado suíço mínimo de 80 por cento.
Os critérios já existentes – como sejam os de incorporação obrigatória de um calibre suíço, montagem e inspecção final na Suíça – mantém-se em vigor. No entanto, a definição de calibre suíço passa dos actuais 50 por cento de valor acrescentado suíço para 60 por cento.
São acrescentados novos critérios para o cálculo do valor acrescentado suíço, como sejam a pesquisa e desenvolvimento e os custos de certificação.
Se, para a indústria relojoeira mecânica, as novas regras do Swiss made parecem não ser difíceis de cumprir, já as marcas de moda, que produzem essencialmente relógios de quartzo, relativamente baratos, com muitos dos componentes a virem do exterior (caixas, braceletes, ponteiros, mostradores, etc.) poderão ter dificuldades em manter a etiqueta.
A estratégia dos grandes grupos produtores sob licença de relógios de marca de moda, nomeadamente os norte-americanos, tem sido a de investir fortemente em unidades de produção na Suíça, para conseguirem manter-se dentro do círculo de qualidade reconhecido mundialmente.
Mas o princípio do fim do fornecimento de calibres – mecânicos ou de quartzo – por parte do Swatch Group a marcas exteriores ao seu universo coloca grande pressão sobre as marcas de baixa gama / moda. Para elas, o Swiss Made será cada vez mais difícil de conseguir, se quiserem manter os níveis actuais de preços. E, se subirem os preços, poderão deixar de ser competitivas.
Isto tudo, numa altura em que começarão a entrar maciçamente em cena novos actores – os smart watches, com os relógios Apple à cabeça.
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