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domingo, 16 de junho de 2013

Anuário Relógios & Canetas online Junho - Editorial - a Topologia do Tempo


A topologia do tempo

Fernando Correia de Oliveira

A imaterialidade pura do Tempo não impede que todos tentemos a sua representação. O mais natural é pensar no tempo como uma linha. Mas uma linha tem forma. Que forma daríamos à linha representando o Tempo? Esta é uma questão de topologia, de estrutura, do Tempo. A forma mais comum de responder a esta questão é dizer que o tempo deve ser representado como uma única linha contínua, recta, sem ramificações, que se estende sem fim em ambas as suas direcções. Esta é a “topologia standard” do Tempo.

Aristóteles pensou o Tempo. E diz que ele não pode ter um princípio, com o argumento de que, se o Tempo tivesse um princípio, teria que haver um primeiro momento. Mas, para se contar esse primeiro momento, ele teria alegadamente de ter ocorrido entre um período anterior e um período posterior de Tempo, o que é inconsistente com a sua natureza de ser o primeiro momento do Tempo. Aristóteles argumentava do mesmo modo para defender que o Tempo mão tem fim.

Mas será que a melhor representação do Tempo é uma única e recta linha? Muitas escolas de pensamento defendem hoje que o Tempo consiste em múltiplos fluxos, cada um isolado dos outros – assim, cada momento de Tempo relaciona-se temporalmente com outros momentos no seu próprio fluxo, mas não tem quaisquer relações temporais com outro qualquer fluxo de Tempo. Poderá o Tempo ser representado por uma linha ramificada, por uma linha curva, fechada? Ou mesmo por uma linha descontínua? E será que uma das duas direcções do Tempo – Passado e Futuro – é de algum modo privilegiada, de tal forma que faz o próprio Tempo ter uma natureza assimétrica?

Neste número de Relógios & Canetas online trazemos-lhe, entre outros temas, várias interpretações da topologia do Tempo, nenhuma delas linear. O novo Sky Moon da Patek Philippe, com a sua decoração em volutas, faz-nos pensar no Tempo circular, no Tempo do Eterno Retorno. Mas o Rolex Daytona, que está a comemorar meio século de existência, não vive ele num mundo onde o Tempo é igualmente circular e eternamente repetido?

Deixamos-lhe aqui estas e outras propostas de dar forma ao Tempo.

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