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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

25,2 segundos sem gravidade, a 1.530 km por hora - o salto de Baumgartner revisto


A queda livre supersónica de Felix Baumgartner a partir da da estratosfera, a 14 de Outubro de 2012, com um Zenith Stratos no pulso, atingiu uma velocidade ainda mais rápida do que foi estimada na altura : Mach 1,25 (ou 1.530 km/h). A estatística faz parte dum relatório pormenorizando os resultados definitivos da missão, conduzido pela equipa científica do Red Bull Stratos e agora divulgado.

As amplas descobertas científicas, inclusive as primeiras informações fisiológicas alguma vez compiladas de um ser humano caindo mais rápido do que a velocidade do som, também levaram a revisões nos dados iniciais do salto, que recolheu informações para futuras viagens aeroespaciais.

A velocidade vertical máxima da quebra de recorde de Baumgartner foi revista para cima, para 1.357,6 km/h (Mach 1,25) de uma estimativa inicial de 1.342,8 km/h (Mach 1,24). Com a ajuda de uma análise adicional de registo de dados, a altitude do salto foi revista levemente para baixo, para 38.969,4 metros, com relação à estimativa anterior de 39.045 metros.

A queda livre do aventureiro austríaco demonstrou que, com o equipamento certo e o treino adequado, um ser humano pode acelerar de maneira segura através da barreira do som. Esse é um avanço importante para a indústria aeroespacial, que procura respostas às perguntas da tripulação e de passageiros sobre a evacuação em situações de emergência, principalmente nas futuras viagens espaciais comerciais.

A documentação foi finalizada depois de a equipa científica da missão ter conduzido uma revisão por pares, o Red Bull Stratos Scientific Summit (Cúpula Científica Red Bull Stratos), no Centro de Ciência da Califórnia, que incluiu astronautas da NASA, oficiais da Força Aérea dos EUA e representantes de empresas aeroespaciais comerciais como Virgin Galactic, Northrop Grumman, SpaceX, XCOR, Sierra Nevada Corporation e outras.

O Red Bull Stratos foi uma missão histórica até ao limite do espaço, apoiada pela Zenith, na qual Baumgartner, um para-quedista profissional, realizou um sonho de toda a vida: saltar de uma cápsula que tivesse subido 39 quilómetros acima da Terra, ligada a um balão de hélio. Tornou-se assim no primeiro ser humano a romper a barreira do som em queda livre, e estabeleceu vários recordes adicionais no processo.

Desde o início, a missão foi concebida como um programa de teste de voo para o avanço médico e científico nos voos humanos. Algumas das informações mais ansiosamente guardadas tinham a ver com os dados fisiológicos de Baumgartner, que incluem a sua frequência cardíaca e respiratória em pontos vitais durante a subida e a queda livre recorde de volta à Terra.

A monitorização fisiológica de Baumgartner forneceu à equipa mais de 100 milhões de pontos de dados – incluindo os primeiros dados fisiológicos já compilados de um humano a viajar a uma velocidade supersónica. As informações recém-divulgadas não incluem apenas a sua frequência respiratória e cardíaca, mas também indicam as forças que ele encontrou em etapas importantes durante a missão.

A frequência cardíaca de Baumgartner chegou às 185 pulsações por minuto (ppm) quando saiu da cápsula, e variou de 155 para 175 ppm durante a queda livre. Baumgartner, cujos batimentos cardíacos durante o período de pré-respiração de oxigénio no pré-lançamento foram de 40 a 100 ppm, teve uma frequência cardíaca de 60 a 100 ppm durante a subida e 169 ppm quando atingiu o Mach 1,25 na aterragem e 100 quando o helicóptero de resgate o transportou de volta para o Controle da Missão. A sua frequência respiratória atingiu um máximo de 30 a 43 respirações por minuto durante a queda livre.

Baumgartner experimentou 25,2 segundos de absoluta falta de peso durante a fase inicial da sua queda livre. Subsequentemente, ele entrou num período de giros e voltas que atingiu uma taxa máxima de 60 rotações por minuto, deixando o austríaco de 43 anos numa posição de “flat spin” durante 13 segundos. Ele foi capaz de estabilizar a sua trajectória usando as suas habilidades de para-quedista

Todos os dados fisiológicos ficaram bem dentro dos parâmetros previstos, nunca excedendo as margens de segurança (Por exemplo, o medidor G usado no pulso de Baumgartner nunca experimentou os 6 segundos continuados a 3,5 G que teriam provocado a abertura de seu para quedas de estabilização; na verdade, a área de maior preocupação, a região do crânio de Baumgartner, permaneceu sob 2 G durante a duração de da fase mais delicada da queda).



Fato espacial e Para-quedas

A missão alcançou muitos marcos importantes de inovação científica, como: o desenvolvimento e a validação do fato de pressão e inovações do equipamento de para-quedas pessoal; o desenvolvimento de novos protocolos de tratamento médico, incluindo um protocolo para embolia, antecipado para se tornar o novo padrão de tratamento; e a introdução de um sistema de para-quedas “risado” com a tarefa de recuperação de carga útil em alta altitude, oferecendo benefícios potenciais tanto para passageiros como para cargas.

O fato espacial de Baumgartner foi feito sob medida, para fornecer a mobilidade necessária para a queda livre controlada, assim como modificações para aumentar a acuidade visual, rastreamento por GPS e protecção de temperatura. “Ele poderia ter ido para a Lua usando aquela roupa, e ele também foi capaz de cair em posição de cabeça para baixo e ficar confortável dentro dela”, disse Mike Todd, o engenheiro de suporte à vida da Sage Chesire Aerospace, que vestiu pessoalmente Baumgartner para o salto.




Actualização de Recordes

Depois de semanas de análises pós-missão, Brian Utley, Observador Oficial do Conselho de Registros e Disputa da Associação Nacional de Aeronáutica dos Estados Unidos, forneceu actualizações para os números de recorde mundial para confirmação pelo órgão da Fédération Aéronautique Internationale, ou FAI (um processo que geralmente requer um período de tempo prolongado):

Velocidade Vertical Máxima:* 1.357,6 km/h / Mach 1,25
Estimativa prévia: 1.342,8 km/h / Mach 1,24
Maior Altitude de Saída (Salto): 38.969,4 m
Estimativa prévia: 39.045 m
Distância Vertical de Queda Livre:* 36.402,6 m
Estimativa prévia: 36.529 m
*Sem âncora nem dispositivo de estabilização

(Fotos Joerg Mitter, Predrag Vuckovic, Balazs Gardi, Stefan Aufschnaiter)



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