Embora alguns missionários e determinados mosteiros beneditinos já utilizassem sinos no decurso dos séculos V e VI, a colocação de sinos nos templos cristãos foi decisivamente incrementada graças à acção nesse sentido desenvolvida pelo Papa Sabiniano que, por bula datada de 604, referenciada por Polidoro Virgílio (na sua obra De invfentionibus rerum) chegou mesmo a instituir o toque de sinos nas horas canónicas. Nesta bula decretava-se expressamente que os sinos dos mosteiros (no interior dos quais acabariam por se instalar oficinas e fundições, sobretudo nos pertencentes à Ordem Beneditina) deviam ser tangidos sete a oito vezes ao dia, ficando tais momentos a ser conhecidos como sendo as horas canónicas. [...] Estas horas canónicas correspondiam sobretudo a orações cantadas mas também a salmos, cânticos, hinos, lições, versetos e responsos. As horas canónicas significavam também, em plena Idade Média, pausas na jornada de trabalho dos monges (eram então os mosteiros os grandes impulsionadores da agricultura).
Mário Correia, in Toques de Sinos na Terra de Miranda (Âncora, 2012)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
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