Medir os Céus para Dominar a Terra é a exposição temporária que o Museu de Ciência, à Escola Politécnica, em Lisboa, terá patente a partir de 22 de Outubro e até 30 de Abril.
A relação entre o "medir dos céus", a Astronomia, e o Tempo é um dos diálogos mais perenes e profícuos da história da Ciência. Qualquer observação astronómica (qualquer experiência científica, aliás) necessita de tempo fiável, exacto. Por isso, os astrónomos estiveram sempre na linha da frente quanto ao uso de medidores de tempo de qualidade.
Galileu, o "primeiro astrónomo", foi também o inventor do primeiro relógio de pêndulo.
Por outro lado, e devido às exigências dos astrónomos, os relojoeiros foram progredindo na arte do isocronismo. Além disso, algumas das mais belas Complicações mecânicas usadas em Relojoaria são complicações do tipo astronómico (Fases e Idade de Lua, Calendários Perpétuos, Equação do Tempo, etc.)
A exposição do Museu de Ciência ocorre num sítio histórico para a marcação do tempo colectivo lisboeta - o Observatório Astronómico que ali funcionou e que aparece na imagem em cima. Era ali que estava instalada uma das meridianas solares que, durangte décadas, assinalou sonoramente o meio-dia solar verdadeiro (quando o Sol passa pelo zénite do lugar).
Era com esse sinal que os alfacinhas daquela zona alta da cidade acertavam as suas "cebolas", ao ritmo da pequena peça de artilharia que disparava pólvora seca quando os raios solares passavam por uma lente e faziam acender a mecha do canhão.
Medir os Céus para Dominar a Terra inclui um núcleo sobre o Tempo, onde se poderá apreciar a evolução da sua medição, desde os relógios de sol até aos relógios atómicos. Do acervo do Museu de Ciência fazem parte várias pêndulas de qualidade, usadas nas observações astronómicas, incluindo uma encomendada em Londres por João Jacinto de Magalhães, um "estrangeirado" que forneceu de instrumentos científicos as cortes de Lisboa e Madrid.
Relacionado ainda indirectamente com o Tempo, o Museu de Ciência possui um pêndulo de Foucault no seu hall de entrada, um dos poucos exemplares existentes no país, e que demonstra de forma física muito directa a rotação da Terra sobre o seu eixo.
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