Menos embrulhos
Até 2030, todas as embalagens a circular na União Europeia
deverão respeitar o regulamento de Packaging and Packaging Waste Regulation
(PPWR), nomeadamente nos seguintes aspectos:
- Desenhadas para reciclagem
- Terão um mínimo de material reciclado quando se trata de
plástico (começando em 30 por cento em 2030 e aumentando gradualmente, até 65
por cento em 2040)
- Minimização da embalagem em peso e volume, assegurando a
funcionalidade, mas reduzindo ao máximo os espaços vazios, proibindo o aumento
percebido de volume do produto (paredes duplas, botões falsos, etc.)
- Etiqueta contendo informação sobre a composição do seu
material.
Estas e outras informações sobre Economia Sustentável e
Circular e preocupações ambientais na indústria do Luxo foram dadas num
seminário a que fomos convidados a assistir, na Universidade Católica de
Lisboa, organizado pela Associação Portuguesa de Marcas de Excelência – Laurel,
e pela European Cultural and Creative Industries Alliance (ECCIA), de que a
primeira é membro.
Além da Packaging & Packaging Waste Regulation (PPWR),
também a Eco-degign for Sustainable Products Regulation (ESPR) foi abordada.
Os especialistas convidados Benjamin Nayt, quadro do LVMH, o
maior grupo de luxo do mundo, e Julien Parkhomenko, da independente casa
Chanel, abordaram as regulamentações presentes e futuras da EU para um futuro
mais sustentável, especialmente no segmento premium.
Perante gerações de consumidores cada vez mais preocupadas
com as questões ambientais, as marcas de luxo têm de liderar as mudanças,
referem os especialistas.
Parkhomenko diz que o seu grupo, bem como as 600 marcas
representadas no ECCIA estão apostadas em “promover o savoir-faire e as
aptidões artesanais na Europa, bem como a atractividade do espaço europeu
através do Turismo, e da Protecção da Sustentabilidade e de marcas e
consumidores”.
Pretendem as marcas de luxo liderar o esforço na redução da
pegada ambiental e na implementação de uma economia circular, promovendo
programas de protecção ambiental e protegendo a biodiversidade.
Proibir a destruição do material não vendido – os casos do
calçado ou do vestuário são os mais gritantes – é um dos objectivos
legislativos da União Europeia que já começaram a vigorar.
Acima de tudo, as marcas, e as de luxo se querem liderar o
processo de consciencialização de mentalidades, devem fugir ao “greenwashing”,
às campanhas de publicidade e de relações públicas que enganam o consumidor com
dados e imagens que parecem ser de políticas ambientais correctas, quando não
passam de propaganda.
Produzir estritamente o necessário ao que se calcula será
vendido (evitando destruição maciça e poluidora de stocks) e embalando o mínimo
possível o produto são os novos desafios do luxo. Sem que, com isso, perca o
glamour.
Pensamos que a nova mentalidade do consumidor será mais
decisiva do que a das marcas para se conseguir a mudança que elas estão
obrigadas, de qualquer forma, a fazer.
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