Os relógios - escreve J. H. - têm estreita relação com o mundo e o que
representam ultrapassa largamente a sua utilidade. Desde a origem, opõem ao
eterno o transitório e tentam ser espelho das estrelas. Mais ainda: exprimem em
números simples - tão simples que, ingenuamente, julgamos compreendê-los - o
ritmo impresso desde a origem à marcha solene e delicada dos astros. Vede os
relógios de Sol. Pode-se, após alguma reflexão, continuar a crer que
Anaximandro de Mileto, quando fabrica quadrantes, quer apenas facilitar a
divisão do dia em horas? O que ele pretende é converter a luz solar, seu giro
harmonioso, numa flor geométrica que feneça ao anoitecer.
Osman Lins, in Avalovara
quinta-feira, 4 de julho de 2013
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