quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Teresa Vilaça - a reforma, ao fim de duas décadas à frente da Casa-Museu Fundação Medeiros e Almeida

 

Após duas décadas à frente da Casa Museu Fundação Medeiros e Almeida, Teresa Vilaça reforma-se. Temos com ela uma relação profissional e de amizade que vem do início do século, quando tivemos pela primeira vez contacto com a instituição. Foi nela que apresentámos História do Tempo em Portugal. Desde sempre, Teresa Vilaça foi de uma disponibilidade total para connosco e para as iniciativas que lhe fomos propondo.

Sempre que personalidades internacionais relacionadas com a Relojoaria estavam em Lisboa, e por sugestão nossa, Teresa Vilaça disponibilizava o Museu para visitas privadas, muitas delas guiadas por ela.

O lançamento do livro A Mecânica do Tempo - Os Relógios da Colecção Medeiros e Almeida, em co-autoria com Paulo Anastácio, sobre o mais valioso património relojoeiro nacional, culminou em 2019 essa colaboração, a que Teresa Vilaça e a Administração da Fundação nos desafiaram.


No lançamento do livro História do Tempo em Portugal (2003). Teresa Vilaça, à direita, de pé


Teresa Vilaça foi, desde a primeira edição, membro do júri do Grande Prémio de Relojoaria, inciativa do Anuário Relógios & Canetas, de que somos responsáveis. O lançamento anual deste título foi feito várias vezes na Casa-Museu e a logística do Grande Prémio só foi sendo possível com a boa-vontade e saber de Teresa Vilaça, que também aí abriu as portas da Fundação Medeiros e Almeida às reuniões para atribuição dos galardões. Essa cooperação foi reconhecida quando a Casa-Museu Medeiros e Almeida foi distinguida com o Prémio Especial do Júri, em 2019. Em baixo, na televisão, promovendo uma iniciativa conjunta.



Carta assinada por todos os trabalhadores da Casa-Museu Fundação Medeiros e Almeida, incluída na newsletter de Dezembro da instituição, dirigida àquela que foi a sua primeira e até hoje Directora:

Carta aberta à Diretora,

Pessoal e TRANSmissível

É com um misto de sentimentos (choro e riso) que nos despedimos de Teresa Vilaça, diretora da Casa-Museu desde a sua abertura ao público, em junho de 2001.

 Desde então esta casa cresceu, passando de uma residência de portas fechadas a uma instituição de portas abertas aos nossos visitantes, ao mundo.

Tal como um maestro, Teresa conduziu nestes 19 anos uma quantidade incrível de tarefas em colaboração com a sua “equipa maravilha” (como gosta de lhe chamar): inventariámos o acervo, catalogámos a documentação, investigámos as nossas peças, criámos um percurso museológico, abrimos novos espaços no museu, inaugurámos uma loja e uma cafetaria, demos uma identidade à imagem da casa, publicámos um livro institucional, realizámos exposições temporárias, redigimos catálogos de exposições, convidámos artistas para interpretar as nossas obras, trouxemos ao museu uma visão arejada, atual com exposições de arte contemporânea e prevenimos o futuro com várias campanhas de restauro.


Organizámos colóquios, conversas e cursos com conservadores, investigadores, professores, peritos, antiquários, leiloeiros, artistas, cientistas, políticos e filósofos que nos ajudaram a refletir, debater, pensar o museu, a sociedade, o mundo, a arte - combustível das nossas vidas.

Em suma, sob a sua batuta, criámos uma instituição que honra o seu legado estando aberta/pensada para ser de todos e para todos. Uma casa, a nossa CASA(MUSEU).


Em cima de um escadote, de martelo na mão, em noitadas de montagens, em visitas guiadas, a discursar nas inaugurações, a conversar com artistas, a organizar eventos, de camião ou de avião a caminho de um empréstimo, na rádio ou na tv, a nossa “chefa” trabalhou com afinco e dedicação manteve sempre o profissionalismo, disponibilidade, companheirismo, uma palavra amiga e um sorriso para todos os colaboradores. 

Tanto foi feito, tanto por fazer! Sabemos que contamos sempre consigo!

 Esta carta é pessoal e TRANSmissível pois é subscrita por todos os que, ao longo destes anos, tiveram o privilégio de consigo trabalhar.


Obrigado Teresa! Dizemos também nós

Sem comentários:

Enviar um comentário