quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O que mudou no Tempo português com o 5 de Outubro de 1910


Só com a implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, Portugal adere ao sistema internacional de fusos horários, que tem Greenwich como Meridiano Zero e é aquele que, desde 1 de Janeiro de 1912 regula a Hora no país.

O livro O Relógio da República, aborda essa e outras alterações que ocorreram no Tempo português com a mudança de regime.

Vai-se do Tiro da Politécnica aos tiros disparados a partir do navio Adamastor. Refere-se a introdução do regime de Hora de Verão e de Hora de Inverno.

Pelo meio, ficam personagens que ditaram os últimos dias da Monarquia em termos de tempo colectivo – os relojoeiros Veríssimo Alves Pereira e Augusto Justiniano de Araújo; ou marcadores de tempo como o Balão do Arsenal ou o Tiro da Politécnica.

Ou ainda figuras revolucionárias, como um jovem relojoeiro suíço, Giuseppe Fontana, que trouxe para Portugal o ideário socialista, a visão cooperativa das comunidades de relojoeiros da sua terra natal. Ou Mendes Cabeçadas, que comandou a partir do Adamastor, coordenando-se pelo seu relógio de bolso, os tiros decisivos contra o Palácio das Necessidades, a 4 de Outubro de 1910.

Do novo regime, saía reforçado o papel do Observatório Astronómico de Lisboa como emissor único do tempo oficial português ou a implantação do Relógio da Hora Legal, ao Cais do Sodré.

O Relógio da República, com o Longines de bolso de Mendes Cabeçadas na capa, e que está no Museu da Presidência da República, em Belém, foi editado em 2010 pela Âncora. Com o apoio da Longines, da Tempus Internacional e da Presidência da República.

Para saber mais sobre as mudanças estruturais que ocorreram no Tempo colectivo português na passagem da Monarquia para a República, vá aqui. Em baixo, cerimónia de lançamento de O Relógio da República, no Palácio de Belém.

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