quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Meditações - Outono

Outono

 

Há em mim uma ternura desmedida pelas palavras.

Não há palavras que descrevam a loucura, o medo, os sentidos.

Não há um nome para a tua ausência. Há um muro

que os meus olhos derrubam.

Um estranho vinho que a minha boca recusa.

É Outono.

A pouco e pouco despem-se as palavras.


António Gedeão

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