Os acessórios Montblanc no Relógios & Canetas online


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Meditações - O relógio e o sino dominavam a vida na aldeia

Um dia, lá pelos idos de 2015, escrevi um pequenino texto – mas com muito sentimento – sobre a igreja da minha aldeia e a torre do sino. Nunca mais me posso esquecer de que tanta gente da terra disse que gostou e que era assim mesmo.

A torre da minha aldeia

O facto é que, quando somos pequenos, as coisas passam-se à nossa volta e quase nem damos conta. As situações da nossa vida diária de antanho nem davam para percebermos quanto de poético estava e está envolvido nisto tudo… É a vida!

Passam-se muitos anos e é então que tudo apreciamos, que tudo nos encanta, que tudo nos vem de novo à memória com muita alegria, muito amor pela aldeia e muita ternura em relação àqueles dias e àquelas gentes que de nós fizeram as pessoas que hoje somos. Enfim… coisas da vida real a meter-se pela poesia dentro… Pelo menos eu é assim que sinto isto tudo…

Vamos lá então ao pequeno mas muito sentido texto que um dia fez tanto furor entre amigos meus e companheiros de vida adulta:

Esta peça vulgaríssima de arquitectura religiosa, a torre da igreja da minha aldeia, nada tem de especial. Mas exercia naqueles tempos uma atracção e uma influência enorme. Por ser alta? Por ser afiada? Por razões de domínio intelectual e ideológico da Igreja-instituição? Não sei. Sei que até as cegonhas escolhiam a torre para fazerem o seu ninho, ano após ano… Era na igreja que estava o sino, que dava as novidades grandes: o baptizado, a missa, o casamento, a morte: tudo passava pelo sino – logo, pela torre da igreja…

O relógio da torre

O relógio da torre era um mecanismo de dominação terrível: a escola começava e acabava com o bater de determinadas horas; a carreira passava quando o sino do relógio batia aquelas horas; o almoço, a ida ao pão, o recreio – tudo, tudo, dependente de certa batida do relógio.

«Quantas bateu?» – era a frase que significava apenas: «Que horas são?»…

O relógio e o sino dominavam a vida na aldeia.

Não havia nem as fontes de informação nem os mecanismos de hoje: relógios em barda, telemóveis com horas, carros com horas, tudo com relógios…

E, acima de tudo isso: a torre da igreja, onde até o relógio estava instalado.

Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!


«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes, Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011

As canetas Montblanc no Relógios & Canetas online


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Meditações - habitar o tempo

Habitar o tempo

Para não matar seu tempo, imaginou:

vivê-lo enquanto ele ocorre, ao vivo;

no instante finíssimo em que ocorre,

em ponta de agulha e porém acessível;

viver seu tempo: para o que ir viver

num deserto literal ou de alpendres;

em ermos que não distraiam de viver

a agulha de um só instante, plenamente.

 

João Cabral de Melo Neto, in A educação pela pedra (1962-1965)

Meditações - Do you remember, 21st night of September?

Do you remember, 21st night of September?

Love was changing the mind of pretenders

While chasing the clouds away

Our hearts were ringing

In the key that our souls were singing

As we danced in the night

Remember

How the stars stole the night away, oh yeah

Hey, hey, hey

Ba-dee-ya, say, do you remember?

Ba-dee-ya, dancing in September

Ba-dee-ya, never was a cloudy day

Ba-du, ba-du, ba-du, ba-du

Ba-du, ba-du, ba-du, ba-du

Ba-du, ba-du, ba-du-da, yeah

My thoughts are with you

Holding hands with your heart to see you

Only blue talk and love

Remember

How we knew love was here to stay

Now December

Found the love we shared in September

Only blue talk and love

Remember

True love we share today

Hey, hey, hey

Ba-dee-ya, say, do you remember?

Ba-dee-ya, dancing in September

Ba-dee-ya, never was a cloudy day

There was a

Ba-dee-ya, say, do you remember?

Ba-dee-ya, dancing in September

Ba-dee-ya, golden dreams were shiny days

The bell was ringing, oh, oh

Our souls was singing

Do you remember, never a cloudy day, yow

There was a

Ba-dee-ya, say, do you remember?

Ba-dee-ya, dancing in September

Ba-dee-ya, never was a cloudy day

There was a

Ba-dee-ya, say, do you remember?

Ba-dee-ya, dancing in September

Ba-dee-ya, golden dreams were shiny days

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya, dee-ya

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya, dee-ya


September, Earth, Wind & Fire

Os perfumes Creed no Relógios & Canetas online


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Meditações - a moeda fria com que o tempo pagou sua entrada

Distraí-me e já tu ali não estavas 

vendeste ao tempo a glória do início 

e na mão recebeste a moeda fria 

com que o tempo pagou sua entrada

Gastão Cruz, in A moeda do tempo, cujo título é o mesmo do livro

Os relógios Zenith no Relógios & Canetas online


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Os relógios Vacheron Constantin no Relógios & Canetas online


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Meditações - Eu sabia que havia um jeito de driblar o tempo

“Como o tempo passa!” dizem as pessoas mais experientes. “Não dá tempo para nada!” E você, acredita que o tempo significa só o tempo de relógio? Venha comigo.

Conhece aquela parlenda trava-línguas do folclore brasileiro, aprendida, talvez, na sua infância, que diz: “O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”.

Mas... e quanto tempo o tempo tem? Veja a afirmação do autor do Eclesiastes, 3,1: “[...] entendi que tudo tem seu tempo e sua hora debaixo do céu” Mas fala também que Deus “colocou a eternidade no coração das pessoas”. A eternidade em nosso coração? Como assim?

Criatividade de tempo: Eu penso que o tempo é tão criativo que gosta de fazer surpresas. Ou é você que, de repente, por algum motivo, entra num tempo diferente e muda tudo, inova tudo, troca tudo e vai sendo mais feliz do que era quando apenas entendia que o tempo era estável! Por que? Não é estável? – Você me pergunta.

Ora essa criatividade para fazer do tempo novas surpresas depende de cada pessoa. O filósofo francês Henri Bergson diz, por exemplo, que aquele tempo do relógio não faz parte da essência do tempo, por dividir o antes, o agora e o depois. Assim, a partir deste ponto de vista, o tempo seria uma imposição. Então, como fugir dessa imposição do tempo?

Vou contar breve experiência. Passei por uma cirurgia de retirada de vesícula no dia 10 de janeiro de 2022, sétima cirurgia da minha vida. Até ali tudo bem. Mas, enquanto, na sala cirúrgica, na maca, os anestesistas e enfermeira se preparavam para suas funções, eu senti fortemente como o tempo de relógio não é nada, pois, naquele momento, eu conseguia fazer com que o tempo se multiplicasse em centenas de formas e melodias, superando aqueles minutos de espera no âmbito do tempo de relógio.

Eu sabia que havia um jeito de driblar o tempo. Explico. Quando, dia antes estive em consulta com o médico anestesista, no final ele disse: “... Agora é só aguardar o dia chegar e escolher o sonho que vai querer sonhar...”. Na hora achei engraçado, mas como gosto de me desafiar para entender melhor, fiquei querendo levar a sério pensando que eu queria experienciar melodias diversas em músicas que tivessem sentido para mim.

E quando o anestesista foi falando “respire”, “respire”... eu pensei em flores, mas também nas músicas de violino do meu pai na infância, e me apaguei... Mais tarde, já no quarto, refleti que eu posso me desgrudar da “imposição do tempo”, apesar de estar no tempo.

Mensagem para você. Tente ler livros que incentivem a refletir, a criar seus próprios conceitos. Você pode criar alguma coisa, “apenas” para viver a emoção, ou seja, por entender que o tempo se cria e recria através do que vive em você, e vai garantindo alguma forma de eternidade para o seu coração.Inspire-se no poeta Carlos Drummond de Andrade, que sintetiza o tempo interior do amor e da arte, na poesia “O tempo passa? Não passa”:

“... Não há tempo consumido / nem tempo a economizar.

O tempo é todo vestido /de amor e tempo de amar”.

Zélia Maria Bonamigo, jornalista e antropóloga social.

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Meditações - relógio de viagem

Like any seasoned traveler, the perfect travel watch jumps effortlessly from one locale to another, picking up the rhythm of the new space and presenting nothing that might get in the way of enjoying the journey.

James Stacey

Sanções à Rússia não afectam exportações relojoeiras suíças

A exportação de relógios suíços para a Rússia parou em Março e quebrou 95.6% em valor face a Março de 2021, um país que representou 1% das exportações no ano passado para este sector da indústria helvética.

Não será pois, pelas sanções a Moscovo, que a relojoaria suíça ficará afectada. Em Março, cresceu 11.8% em valor, face a período homólogo, tendo passado mesmo pela primeira vez tão cedo no ano a barreira dos 2 mil milhões de francos (2,1).

Portugal, 29º mercado tanto em Março como no acumulado do primeiro trimestre, aumentou em 135% o valor importado em Março, face ao ano passado, e em 64,4% no trimestre, embora ainda esteja abaixo (-28.1%) face a 2020, imediatamente antes dos efeitos da pandemia.

Quanto a quantidades, e segundo a Federação Relojoeira:

The main groups of materials (steel, precious metals and bimetallic) set the tone for growth by value. The increase in the number of watches exported (+1.9%), was mainly driven by the other materials category (+43.6%). The rise in total volumes seen during the first quarter (+7.4%, or 240,000 items more than in 2021) nonetheless left the sector at a historically low level.

A situação nos principais mercados, em valor:

 The United States (+31.8%) continued to achieve remarkable growth, while China (-27.6%) lost ground despite remaining at a very high level, following several years of steady, uninterrupted growth. The market in Hong Kong (-9.3%) remained challenging. Most other markets recorded double-digit growth, including Japan (+23.5%), the United Kingdom (+54.9%) Singapore (+19.7%), Germany (+43.0%), France (+21.1%) and the United Arab Emirates (+12.2%). Swiss watch exports to Russia (-95.6%) came to a halt in March, and were valued at less than 1 million francs. The result was a reduction of 20.6 million francs, for a market that represented 1% of exports in 2021.

Os relógios Roger Dubuis no Relógios & Canetas online


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Meditações - o passado é uma roupa que não nos serve mais

Você não sente nem vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

E o que há algum tempo era jovem novo

Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer

Nunca mais meu pai falou "she's leaving home"

E meteu o pé na estrada, like a Rolling Stone

Nunca mais eu convidei minha menina

Para correr no meu carro (loucura, chiclete e som)

Nunca mais você saiu à rua em grupo reunido

O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, vejo cartaz

No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais

No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais

Você não sente nem vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

E o que há algum tempo era jovem novo

Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer

Como põe, poeta louco americano

Eu pergunto ao passarinho

Pássaro preto, black bird

Pássaro preto o que se faz?

Heaven never heaven never never never never never heaven

Pássaro preto, black bird

Pássaro preto, me responde

Tudo já ficou atrás

Heaven never heaven never never never never never heaven

Pássaro preto, black bird

Pássaro preto, me responde

O passado nunca mais

Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

E o que há algum tempo era jovem novo

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer

E precisamos todos rejuvenescer yeah yeah yeah yeah yeah yeah

E precisamos rejuvenescer


António Belchior, álbum Alucinação, 1976

Os relógios Richard Mille no Relógios & Canetas online


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Meditações - El ermitaño del reloj

El ermitaño del reloj

Éste era una vez un capuchino que encerrado en un reloj de mesa esculpido en madera, tenía como oficio tocar las horas. Doce veces en el día y doce veces en la noche, un ingenioso mecanismo abría de par en par la puerta de la capillita ojival que representaba el reloj, y podía así mirarse desde fuera, cómo nuestro ermitaño tiraba de las cuerdas tantas veces cuantas el timbre, invisible dentro de su campanario, dejaba oír su tin, tin de alerta. La puerta volvía enseguida a cerrarse con un impulso brusco y seco como si quisiese escamotear al personaje; tenía el capuchino magnífica salud a pesar de su edad y de su vida retirada. Un hábito de lana siempre nuevo y bien cepillado descendía sin una mancha hasta sus pies desnudos dentro de sus sandalias. Su larga barba blanca al contrastar con sus mejillas frescas y rosadas, inspiraba respeto. Tenía, en pocas palabras, todo cuanto se requiere para ser feliz. Engañado, lejos de suponer que el reloj obedecía a un mecanismo, estaba segurísimo de que era él quien tocaba las campanadas, cosa que lo llenaba de un sentimiento muy vivo de su poder e importancia.

Por nada en el mundo se le hubiera ocurrido ir a mezclarse con la multitud. Bastaba con el servido inmenso que les hacía a todos al anunciarles las horas. Para lo demás, que se las arreglaran solos. Cuando atraído por el prestigio del ermitaño alguien venía a consultarle un caso difícil, enfermedad o lo que fuese, él no se dignaba siquiera abrir la puerta. Daba la contestación por el ojo de la llave, cosa ésta que no dejaba de prestar a sus oráculos cierto sello imponente de ocultismo y misterio.

Durante muchos, muchísimos años, Fray Barnabé (éste era su nombre) halló en su oficio de campanero tan gran atractivo que ello le bastó a satisfacer su vida; reflexionen ustedes un momento: el pueblo entero del comedor  tenía fijos los ojos en la capillita y algunos de los ciudadanos de aquel pueblo no habían conocido nunca más distracción que la de ver aparecer al fraile con su cuerda. Entre éstos se contaba una compotera que había tenido la vida más gris y desgraciada del mundo. Rota en dos pedazos desde sus comienzos, gracias al aturdimiento de una criada, la habían empatado con ganchitos de hierro. Desde entonces, las frutas con que la cargaban antes de colocarla en la mesa, solían dirigirle las más humillantes burlas. La consideraban indigna de contener sus preciosas personas.

Pues bien, aquella compotera que conservaba en el flanco una herida avivada continuamente por la sal del amor propio, hallaba gran consuelo en ver funcionar al capuchino del reloj.

-Miren -les decía a las frutas burlonas-, miren aquel hombre del hábito pardo. Dentro de algunos instantes va a avisar que ha llegado la hora en que se las van a comer a todas -y la compotera se regocijaba en su corazón, saboreando por adelantado su venganza. Pero las frutas sin creer ni una palabra le contestaban:

-Tú no eres más que una tullida envidiosa. No es posible que un canto tan cristalino, tan suave, pueda anunciarnos un suceso fatal.

-Y también las frutas consideraban al capuchino con complacencia y también unos periódicos viejos que bajo una consola pasaban la vida repitiéndose unos a otros sucesos ocurridos desde hacía veinte años, y la tabaquera, y las pinzas del azúcar, y los cuadros que estaban colgando en la pared y los frascos de licor, todos, todos tenían la vista fija en el reloj y cuanta vez se abría de par en par la puerta de roble volvían a sentir aquella misma alegría ingenua y profunda.

Cuando se acercaban las once y cincuenta minutos de la mañana llegaban entonces los niños, se sentaban en rueda frente a la chimenea y esperaban pacientemente a que tocaran las doce, momento solemne entre todos porque el capuchino en vez de esconderse con rapidez de ladrón una vez terminada su tarea como hacía por ejemplo a la una o a las dos, (entonces se podía hasta dudar de haberlo visto) no, se quedaba al contrario un rato, largo, largo, bien presentado, o sea, el tiempo necesario para dar doce campanadas. ¡Ah!, ¡y es que no se daba prisa entonces el hermano Barnabé! ¡Demasiado sabía que lo estaban admirando! Como quien no quiere la cosa, haciéndose el muy atento a su trabajo, tiraba del cordel, mientras que de reojo espiaba el efecto que producía su presencia. Los niños se alborotaban gritando.

-Míralo como ha engordado.

-No, está siempre lo mismo.

-No señor, que está más joven.

-Que no es el mismo de antes, que es su hijo. Etc., etc.

El cubierto ya puesto se reía en la mesa con todos los dientes de sus tenedores, el sol iluminaba alegremente el oro de los marcos y los colores brillantes de las telas que éstos encerraban; los retratos de familia guiñaban un ojo como diciendo: ¡Qué! ¿aún está ahí el capuchino? Nosotros también fuimos niños hace ya muchos años y bastante que nos divertía.

Era un momento de triunfo.

Llegaban al punto las personas mayores, todo el mundo se sentaba en la mesa y Fray Barnabé, su tarea terminada, volvía a entrar en la capilla con esa satisfacción profunda que da el deber cumplido.

Pero ay, llegó el día en que tal sentimiento ya no le bastó. Acabó por cansarse de tocar siempre la hora, y se cansó sobre todo de no poder nunca salir. Tirar del cordel de la campana, es hasta cierto punto una especie de función pública que todo el mundo admira. ¿Pero cuánto tiempo dura? Apenas un minuto por sesenta y el resto del tiempo, ¿qué se hace? Pues, pasearse en rueda por la celda estrecha, rezar el rosario, meditar, dormir, mirar por debajo de la puerta o por entre los calados del campanario un rayo vaguísimo de sol o de luna. Son estas ocupaciones muy poco apasionantes. Fray Barnabé se aburrió.

Lo asaltó un día la idea de escaparse. Pero rechazó con horror semejante tentación releyendo el reglamento inscrito en el interior de la capilla. Era muy terminante. Decía:

«Prohibición absoluta a Fray Barnabé de salir, bajo ningún pretexto de la capilla del reloj. Debe estar siempre listo para tocar las horas tanto del día como de la noche».

Nada podía tergiversarse. El ermitaño se sometió. ¡Pero qué dura resultaba la sumisión! Y ocurrió que una noche, como abriera su puerta para tocar las tres de la madrugada, cuál no fue su estupefacción al hallarse frente a frente de un elefante que de pie, tranquilo, lo miraba con sus ojitos maliciosos, y claro, Fray Barnabé lo reconoció enseguida: era el elefante de ébano que vivía en la repisa más alta del aparador, allá, en el extremo opuesto del comedor. Pero como jamás lo había visto fuera de la susodicha repisa había deducido que el animal formaba parte de ella, es decir que lo habían esculpido en la propia madera del aparador. La sorpresa de verlo aquí, frente a él, lo dejó clavado en el suelo y se olvidó de cerrar las puertas, cuando acabó de tocar la hora.

-Bien, bien, dijo el elefante, veo que mi visita le produce a usted cierto efecto; ¿me tiene miedo?

-No, no es que tenga miedo, balbuceó el ermitaño, pero confieso que... ¡Una visita! ¿Viene usted para hacerme una visita?

-¡Pues es claro! Vengo a verlo. Ha hecho usted tanto bien aquí a todo el mundo que es muy justo el que alguien se le ofrezca para hacerle a su vez algún servicio. Sé además, lo desgraciado que vive. Vengo a consolarlo.

-¿Cómo sabe que... Cómo puede suponerlo?... Si nunca se lo he dicho a nadie... ¿Será usted el diablo?

-Tranquilícese, respondió sonriendo el animal de ébano, no tengo nada en común con ese gran personaje. No soy más que un elefante... pero eso sí, de primer orden. Soy el elefante de la reina de Saba. Cuando vivía esta gran   —418→   soberana de África era yo quien la llevaba en sus viajes. He visto a Salomón: tenía vestidos mucho más ricos que los suyos, pero no tenía esa hermosa barba. En cuanto a sabe, que es usted desgraciado no es sino cuestión de adivinarlo. Debe uno aburrirse de muerte con semejante existencia.

-No tengo el derecho de salir de aquí -afirmó el capuchino con firmeza.

-Sí, pero no deja de aburrirse por eso.

Esta respuesta y la mirada inquisidora con que la acompañó el elefante azotaron mucho al ermitaño. No contestó nada, no se atrevía a contestar nada. ¡Era tal su verdad! Se fastidiaba a morir. ¡Pero así era! Tenía un deber evidente, una consigna formal indiscutible: permanecer siempre en la capilla para tocar las horas. El elefante lo consideró largo rato en silencio como quien no pierde el más mínimo pensamiento de su interlocutor. Al fin volvió a tomar la palabra:

-Pero, preguntó con aire inocente, ¿por qué razón no tiene usted el derecho de salir de aquí?

-Lo prometí a mi reverendo Padre, mi maestro espiritual, cuando me envió a guardar este reloj-capilla.

 -¡Ah!... ¿y hace mucho tiempo de eso?

-Cincuenta años más o menos -contestó Fray Barnabé, después de un rápido cálculo mental.

-Y después de cincuenta años; ¿no ha vuelto nunca más a tener noticias de ese reverendo Padre?

-No, nunca.

-¿Y qué edad tenía él en aquella época?

-Andaría supongo en los ochenta.

-De modo que hoy tendría ciento treinta si no me equivoco. Entonces, mi querido amigo -y aquí el elefante soltó una risa sardónica muy dolorosa al oído-, entonces quiere decir que lo ha olvidado totalmente. A menos que no haya querido burlarse de usted. De todos modos ya está más que libre de su compromiso.

-Pero -objetó el monje-, la disciplina...

-¡Qué disciplina!

-En fin... el reglamento -y mostró el cartel del reglamento que colgaba dentro de la celda. El elefante lo leyó con atención, y:

-¿Quiere que le dé mi opinión sincera?

-La primera parte de este documento no tiene por objeto sino el de asustarlo. La leyenda esencial es: «Tocar las horas de día y de noche», éste es su estricto deber. Basta por lo tanto que se encuentre usted en su puesto en los momentos necesarios. Todos los demás le pertenecen.

-Pero, ¿qué haría en los momentos libres?

 -Lo que harás -dijo el animal de ébano cambiando de pronto el tono y hablando en voz clara, autoritaria, avasalladora-, te montarás en mi lomo y te llevaré al otro lado del mundo por países maravillosos que no conoces. Sabes que hay en el armario secreto, al que no abren casi nunca, tesoros sin   —419→   precio, de los que no puedes hacerte la menor idea: tabaqueras en las cuales Napoleón estornudó, medallas con los bustos de los césares romanos, pescados de jade que conocen todo lo que ocurre en el fondo del océano, un viejo pote de jenjibre vacío pero tan perfumado todavía que casi se embriaga uno al pasar por su lado (y se tienen entonces sueños sorprendentes).

Pero lo más bello de todo es la sopera, la famosa sopera de porcelana de China, la última pieza restante de un servicio estupendo, rarísimo. Está decorada con flores y en el fondo, ¿adivina lo que hay? La reina de Saba en persona, de pie, bajo un parasol flamígero y llevando en el puño su loro profeta.

Es linda, ¡si supieras!, es adorable, ¡cosa de caer de rodillas! y te espera. Soy su elefante fiel que la sigue desde hace tres mil años. Hoy me dijo: «Ve a buscarme el ermitaño del reloj, estoy segura que debe de estar loco por verme».

-La reina de Saba. ¡La reina de Saba! -murmuraba en su fuero interno Fray Barnabé trémulo de emoción-. No puedo disculparme. Es preciso que vaya y en voz alta:

-Sí quiero ir. Pero ¡la hora, la hora! Piense un poco, elefante, ya son las cuatro menos cuarto.

-Nadie se fijará si toca de una vez las cuatro. Así le quedaría libre una hora y cuarto entre éste y el próximo toque. Es tiempo más que suficiente para ir a presentar sus respetos a la reina de Saba.

Entonces, olvidándolo todo, rompiendo con un pasado de cincuenta años de exactitud y de fidelidad, Fray Barnabé tocó febrilmente las cuatro y saltó en el lomo del elefante, quien se lo llevó por el espacio. En algunos segundos se hallaron ante la puerta del armario. Tocó el elefante tres golpes con sus colmillos y la puerta se abrió por obra de encantamiento. Se escurrió entonces con amabilidad maravillosa por entre el dédalo de tabaqueras, medallas, abanicos, pescados de jade y estatuillas y no tardó en desembocar frente a la célebre sopera. Volvió a tocar los tres golpes mágicos, la tapa se levantó y nuestro monje pudo entonces ver a la reina de Saba en persona, que de pie en un paisaje de flores ante un trono de oro y pedrerías sonreía con expresión encantadora llevando en su puño el loro profeta.

-Por fin lo veo, mi bello ermitaño -dijo ella-. ¡Ah!, cuánto me alegra su visita; confieso que la deseaba con locura, cuanta vez oía tocar la campana, me decía: ¡qué sonido tan dulce y cristalino! Es una música celestial. Quisiera conocer al campanero, debe ser un hombre de gran habilidad. Acérquese, mi bello ermitaño.

Fray Barnabé obedeció. Estaba radiante en pleno mundo desconocido, milagroso... No sabía qué pensar. ¡Una reina estaba hablándole familiarmente, una reina había deseado verlo!

Y ella seguía:

-Tome, tome esta rosa como recuerdo mío. Si supiera cuánto me aburro aquí. He tratado de distraerme con esta gente que me rodea. Todos me han hecho la corte, quien más, quien menos, pero por fin me cansé. A la tabaquera no le falta gracia; narraba de un modo pasable relatos de guerra o intrigas picarescas, pero no puedo aguantar su mal olor. El pote de jenjibre tiene garbo y cierto encanto, pero me es imposible estar a su lado sin que me asalte un sueño irresistible. Los pescados conocen profundas ciencias, pero no hablan nunca. Sólo el César de oro de la medalla me ha divertido en realidad algunas veces, pero su orgullo acabó por parecerme insoportable. ¿No pretendía llevarme en cautiverio bajo el pretexto de que era yo una reina bárbara? Resolví plantarlo con toda su corona de laurel y su gran nariz de pretencioso, y así fue como quedé sola, sola pensando en usted el campanero lejano que me tocaba en las noches tan linda música. Entonces dije a mi elefante: «anda y tráemelo. Nos distraeremos mutuamente. Le contaré yo mis aventuras, él me contará las suyas». ¿Quiere usted, lindo ermitaño, que le cuente mi vida?

-¡Oh, sí! -suspiró extasiado Fray Barnabé- ¡Debe ser tan hermosa!

Y la reina de Saba comenzó a recordar las aventuras magníficas que había corrido desde la noche aquella en que se había despedido de Salomón hasta el día más cercano en que escoltada por sus esclavos, su parasol, su trono, y sus pájaros se había instalado dentro de la sopera. Había material para llenar varios libros y aún no lo refería todo; iba balanceándose al azar de los recuerdos. Había recorrido África, Asia y las islas de los dos océanos. Un príncipe de la China, caballero en un delfín de jade, había venido a pedir su mano, pero ella lo había rechazado porque proyectaba entonces un viaje al Perú, acompañada de un joven galante, pintado en un abanico, el cual en el instante de embarcarse hacia Citeres, como la viera pasar, cambió de rumbo.

En Arabia había vivido en una corte de magos. Estos, para distraerla, hacían volar ante sus ojos, pájaros encantados, desencadenaban tempestades, terribles en medio de las cuales se alzaban sobre las alas de sus vestiduras, hacían cantar estatuas que yacían enterradas bajo la arena, extraviaban caravanas enteras, encendían espejismos con jardines, palacios y fuentes de agua viva. Pero entre todas, la aventura más extraordinaria era aquella, la ocurrida con el César de oro. Es cierto que repetía: «me ofendió por ser orgulloso». Pero se veía su satisfacción, pues el César aquel era un personaje de mucha consideración.

A veces en medio del relato el pobre monje se atrevía a hacer una tímida interrupción:

-Creo que ya es tiempo de ir a tocar la hora. Permítame que salga.

Pero al punto la reina de Saba, cariñosa, pasaba la mano por la hermosa barba del ermitaño y contestaba riendo: ¡qué malo eres, mi bello Barnabé, estar pensando en la campana cuando una reina de África te hace sus confidencias! y además: es todavía de noche. Nadie va a darse cuenta de la falta.

Y volvía a tomar el hilo de su historia asombrosa.

Cuando la hubo terminado, se dirigió a su huésped y dijo con la más encantadora de sus expresiones:

-Y ahora, mi bello Barnabé, a usted le toca, me parece que nada de mi vida le he ocultado. Es ahora su turno.

Y habiendo hecho sentar a su lado, en su propio trono, al pobre monje deslumbrado, la reina echó hacia atrás la cabeza como quien se dispone a saborear algo exquisito.

Y aquí está el pobre Fray Barnabé que se pone a narrar los episodios de su vida. Contó cómo el padre Anselmo, su superior, lo había llevado un día al reloj-capilla; cómo le encomendó la guardia; cuáles fueron sus emociones de campanero principiante, describió su celda, recitó de cabo a rabo el reglamento que allí encontró escrito; dijo que el único banco en donde podía sentarse era un banco cojo; lo muy duro que resultaba no poder dormir arriba de tres cuartos de hora por la zozobra de no estar despierto para tirar de la cuerda en el momento dado. Es cierto que mientras enunciaba cosas tan miserables, allá en su fuero interno tenía la impresión de que no podían ellas interesar a nadie, pero ya se había lanzado y no podía detenerse, Adivinaba de sobra que lo que de él se esperaba no era el relato de su verdadera vida que carecía en el fondo de sentido, sino otro, el de una existencia hermosa cuyas peripecias variadas y patéticas hubiera improvisado con arte. Pero, ¡ay! carecía por completo de imaginación y quieras que no, había que limitarse a los hechos exactos, es decir, a casi nada.

En un momento dado del relato levantó los ojos que hasta entonces por modestia los había tenido bajos clavados en el suelo, y se dio cuenta de que los esclavos, el loro, todos, todos, hasta la reina, dormían profundamente. Sólo velaba el elefante:

-¡Bravo! -le gritó éste-. Podemos ahora decir que es usted un narrador de primer orden. El mismo pote de jenjibre es nada a su lado.

-¡Oh Dios mío! -imploró Fray Barnabé- ¿se habrá enojado la reina?

-Lo ignoro. Pero lo que sí sé es que debemos regresar. Ya es de día. Tengo justo el tiempo de cargarlo en el lomo y reintegrarlo a la capilla.

Y era cierto. Rápido como un relámpago atravesó nuestro elefante de ébano el comedor y se detuvo ante la capilla. El reloj de la catedral de la ciudad apuntaba justo las ocho. Anhelante, el capuchino corrió a tocar las ocho campanadas y cayó rendido de sueño sin poder más... Nadie por fortuna se había dado cuenta de su ausencia.

Pasó el día entero en una ansiedad febril. Cumplía maquinalmente su deber de campanero: pero con el pensamiento no abandonaba un instante la sopera encantada en donde vivía la reina de Saba y se decía: ¿qué me importa aburrirme durante el día, si en las noches el elefante de ébano vendrá a buscarme y me llevará hasta ella? ¡Ah! ¡qué bella vida me espera!

Y desde el caer de la tarde comenzó a esperar impaciente a que llegara el elefante. ¡Pero nada! Las doce, la una, las dos de la madrugada pasaron sin que el real mensajero diera señales de vida. No pudiendo más y diciéndose que sólo se trataría de un olvido, Fray Barnabé se puso en camino. Fue un largo y duro viaje. Tuvo que bajar de la chimenea agarrándose de la tela que   —422→   la cubría y como dicha tela no llegaba ni con mucho al suelo, fue a tener que saltar desde una altura igual a cinco o seis veces su estatura. Y cruzó a pie la gran pieza tropezándose en la oscuridad con la pata de una mesa, resbalándose por encima de una cucaracha y teniendo luego que luchar con un ratón salvaje que lo mordió cruelmente en una pierna; tardó en pocas palabras unas dos horas para llegar al armario. Imitó allí el procedimiento del elefante con tan gran exactitud que se le abrieron sin dificultad ninguna, primero la puerta, luego la tapa de la sopera. Trémulo de emoción y de alegría se encontró frente a la reina. Ésta se sorprendió muchísimo:

-¿Qué ocurre? -preguntó- ¿qué quiere usted, señor capuchino?

-¿Pero ya no me recuerda? -dijo Fray Barnabé cortadísimo-. Soy el ermitaño del reloj... el que vino ayer...

-¡Ah! ¿Conque es usted el mismo monje de ayer? Pues si quiere que le sea sincera, le daré este consejo: no vuelva más por aquí. Sus historias, francamente, no son interesantes.

Y como el pobre Barnabé no atreviéndose a medir las dimensiones de su infortunio permaneciese inmóvil...

-¿Quiere usted acabarse de ir? -silbó el loro profeta precipitándosele encima y cubriéndolo de picotazos-. Acaban de decirle que está aquí de más. Vamos, márchese y rápido.

Con la muerte en el alma Fray Barnabé volvió a tomar el camino de la chimenea. Andando, andando se decía:

-¡Por haber faltado a mi deber! Debía de antemano haber comprendido que todo esto no era sino una tentación del diablo para hacerme perder los méritos de toda una vida de soledad y de penitencia. ¡Cómo era posible que un desgraciado monje, en sayal, pudiera luchar contra el recuerdo de un emperador romano en el corazón de una reina! Pero... ¡qué linda, que linda era!

Ahora es preciso que olvide. Es preciso que de hoy en adelante no piense más que en mi deber: mi deber es el de tocar la hora. Lo cumpliré sin desfallecimiento, alegremente hasta que la muerte me sorprenda en la extrema vejez.

¡Quiera Dios que nadie se haya dado cuenta de mi fuga! ¡Con tal de que llegue a tiempo! ¡Son las siete y media! Si no llego en punto de ocho ¡estoy perdido! Es el momento en que se despierta la casa y todos comienzan a vivir.

Y el pobre se apresuraba, las piernas ya rendidas. Cuando tuvo que subir agarrándose a las molduras de la chimenea, toda la sangre de su cuerpo parecía zumbarle en los oídos. Llegó arriba medio muerto. ¡Inútil esfuerzo! no llegó a tiempo... Las ocho estaban tocando.

Digo bien: ¡las ocho estaban tocando! ¡Tocando solas, sin él! La puerta del reloj se había abierto de par en par, la cuerda subía y bajaba, lo mismo que si hubieran estado sus manos tirando de ellas; y las ocho campanadas cristalinas sonaban...

Hundido en el estupor el pobre capuchino comprendió. Comprendió que el campanario funcionaba sin él, es decir, que él no había contribuido nunca en nada al juego del mecanismo. Comprendió que su trabajo y su sacrificio diario no eran sino de risa, casi, casi un escarnio público. Todo se derrumbaba a la vez: la felicidad que había esperado recibir de la reina de Saba y ese deber futuro que había resuelto cumplir en adelante obediente en su celda. Ese deber no tenía ya objeto. La desesperación negra, inmensa, absoluta penetró en su alma. Comprendió entonces que la vida sobrellevada en tales condiciones era imposible.

Entonces rompió en menudos pedazos la rosa que le regalara la reina de Saba, desgarró el reglamento que colgaba en la pared de la celda, y agarrando el extremo de la cuerda que asomaba como de costumbre bajo el techo, aquella misma que tantas, tantas veces habían sus manos tirado tan alegremente, pasósela ahora alrededor del cuello y dando un salto en el vacío, se ahorcó.

Teresa de la Parra

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Meditações - Hermosas son vuestras horas

Reina de los astros, ¡Luna!,

Como tu luz no hay ninguna;                    

Si el alba tiene arrebol,               

Si tiene rayos el sol,                      

Su luz de fuego importuna.                       


Cansa por cierto ese ardor                     

Con claridad tan extrema;                        

Bello es del alba el color,                           

Bello del sol el calor,                    

Pero tanta lumbre quema.                        

 

¡Oh, de la tuya templada                        

Es fantástico el imperio!                             

Tú con tu luz plateada                 

Das de la sombra a la nada                       

Los contornos del misterio.                      

 

¡Oh noches encantadoras,                    

Volved con tanta riqueza!                         

¡Hermosas son vuestras horas,               

Que embellecen seductoras                    

Del ánima la tristeza y                 

 

Como aquéllas ¡no hay alguna;                

Que en vez de sombra importuna                         

Traen por orgullo con ellas                        

Mil ejércitos de estrellas                            

Cortesanas de la luna.                 


Zorrilla, José, 1817-1893

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Meditações - Lo que allá en la eternidad una vez contado fue...

l reloj

Cuando en la noche sombría                            

Con la luna cenicienta,                

De un alto reloj se cuenta                         

La voz que dobla a compás;                       

 

Si al cruzar la extensa plaza                      

Se ve en si! tarda carrera                           

Rodar la mano en la esfera,                      

Dejando un signo detrás,                           

 

Se fijan allí los ojos,                  

Y el corazón se estremece,                       

Que según el tiempo crece,                      

Más pequeño el tiempo es;                      

 

Que va rodando la mano,                          

Y la existencia va en ella,                            

Y es la existencia mas bella                       

Porque se pierde después.                       

 

¡Tremenda cosa es pasando                 

Oír, entre el ronco viento,                          

Cuál se despliega violento                         

Desde un negro capitel               

 

El son triste y compasado                          

Del reloj, que da una hora                         

En la campana sonora                 

Que está colgada sobre él!                        

 

Aquel misterioso círculo,                        

De una eternidad emblema,                    

Que está como un anatema                     

Colgado en una pared,                


Rostro de un ser invisible                           

En una torre asomado,               

Del gótico cincelado                     

Envuelto en la densa red,                          

 

Parece un ángel que aguarda                

La hora de romper el nudo                       

Que ata el orbe, y cuenta mudo              

Las horas que ve pasar;               

 

Y avisa al mundo dormido,                        

Con la punzante campana,                        

Las horas que habrá mañana                   

De menos al despertar.              

 

Parece el ojo del tiempo,                       

Cuya viviente pupila                     

Medita y marca tranquila                          

El paso a la eternidad;                 


La envió a reír de los hombres                

La Omnipotencia divina,                            

Creó el sol que la, ilumina,                        

Porque el sol es la verdad.                        

 

Así a la luz de esa hoguera                     

Que ha suspendido en la altura,                             

Crece la humana locura,                             

Mengua el tiempo en el reló;                   

 

El sol alumbra las horas              

Y el reloj los soles cuenta,                         

Porque en su marcha violenta                 

No vuelva el sol que pasó.                         

 

Tremenda cosa es, por cierto,              

Ver que un pueblo se levanta                  

Y se embriaga y ríe y canta                        

De una plaza en derredor;                        

 

Y ver en la negra torre                 

Inmoble un reloj marcando                      

Las horas que va pasando                         

En su báquico furor.                     


Tal vez detrás de la esfera                     

Algún espíritu yace                       

Que rápidamente hace               

Ambos punzones rodar              


Quizá al declinar el día,               

Para hundirse en Occidente                     

Asoma la calva frente,                

El universo a mirar.                       

 

Quizá a la luz de la luna                           

Allá en la noche callada,                             

Sobre la torre elevada                 

A meditar se asentó:                   


Y por la abierta ventana,                           

Angustiado el moribundo,                        

Al despedirse del mundo                           

De horror transido le vio.                           

 

Quizá asomando a la esfera                  

La noche pasa y los días,                            

Marcando la hora postrera                       

De los que habrán de morir;                     

 

Quizá, la esfera arrancando,                    

Asome al oscuro hueco              

El rostro nervioso y seco                            

Con sardónico reír.                       


¡Ay, que es muy duro el destino                         

De nuestra existencia ver                          

En un misterioso círculo                              

Trazado en una pared!                

 

Ver en números escrito              

De nuestro orgulloso ser                            

La miseria..., el polvo..., nada,                 

Lo que será nuestro fue.                            

 

Es triste oír de una péndola                      

El compasado caer                        

Como se oyera el rüido               

De los descarnados pies                             

 

De la muerte, que viniera                          

Nuestra existencia a, romper;                  

Oír su golpe acerado                    

Repetido una, dos, tres,                             

 

Mil veces, igual, continuo                          

Como la primera vez.                  

Y en tanto por el Oriente                           

Sube el sol, vuelve a caer,                          

 

Tiende la noche su sombra,                      

Y vuelve el sol otra vez,                           

 

Y viene la primavera,                   

Y el crudo invierno también,                    

Pasa el ardiente verano,                            

Pasa el otoño, y se ven               

 

Tostadas hojas y flores                

Desde las ramas caer.                  

Y el reloj dando las horas                           

Que no habrán más de volver;                

 

Y murmurando a compás                          

Una sentencia cruel,                     

Susurra el péndulo: «¡Nunca,                  

Nunca, nunca vuelve a ser                        

Lo que allá en la eternidad                       

Una vez contado fue!»               

 

Zorrilla, José, 1817-1893