domingo, 26 de setembro de 2021

Coisas do Ephemera - aC / dC Tempos de Pandemia, até 21 de Novembro, no Museu de Ciência, em Lisboa

Decorre, até 21 de Novembro, a exposição aC / dC* Tempos de Pandemia (*antes e depois do Coronavirus), no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Uma iniciativa da Associação Cultural / Arquivo Ephemera, com a colaboração do MUHNAC, que cedeu o espaço. Ver o making of aqui.

As fotos que se seguem, da autoria de Rui Serrano, voluntário do Ephemera, dizem respeito à inauguração oficial do evento, na quinta-feira, 23 de Setembro.

A nossa intervenção na cerimónia inaugural:

Agradecimentos à Marta Lourenço, a toda a equipa do MUHNAC, especialmente ao Rogério Abreu, nosso interface com a instituição.

Aos voluntários do Ephemera, ao José Pacheco Pereira, que aderiu desde logo à ideia, em Fevereiro de 2019, à Rita Maltez e ao Luís Pinheiro de Almeida, que co-comissariaram a exposição.

Já se pode falar de um mundo pós-Covid? Quem ganhou e quem perdeu?

Ganharam as empresas de entrega de comida, perderam as companhias aéreas

Ganharam as empresas de suplementos alimentares, perderam as plataformas de alojamento turístico

Ganharam as plataformas de e-learning, perderam restaurantes, bares e discotecas

Ganharam as plataformas de videoconferência, perderam as conferências e feiras

Ganharam as plataformas de trabalho cooperativo, perderam os promotores de concertos

Ganharam os media e produtores de entretenimento online, perderam os eventos físicos

Ganharam as plataformas de jogos, perderam os espaços imobiliários para fins comerciais

Ganharam os retalhistas de equipamento de ginástica, perderam as transportadoras de passageiros

Ganharam as superfícies comerciais alimentares, perderam os ginásios

Ganharam os fornecedores de transportes rodoviários e marítimos de mercadorias, perdeu o imobiliário residencial

Ganharam os fabricantes de arcas e frigoríficos, perdeu o retalho não essencial, como o de moda

Ganharam as empresas de cibersegurança, perderam os eventos desportivos ao vivo

Ganharam as empresas farmacêuticas e de material hospitalar, perdeu o circuito profissional de oradores qualificados

Ganharam as funerárias, perderam os salões de jogos electrónicos

Ganharam os fornecedores de serviços de Internet, perderam os stands de automóveis

Ganharam os retalhistas de mobiliário, perderam os agentes de viagem

Ganharam as aplicações de encontros amorosos, perdeu a construção civil

Ganharam os media digitais, os fornecedores de energia convencional ou verde, as lojas de bebidas. Mas também quem fabrica acrílico – as barreiras vieram para ficar.

E a comunicação em Ciência? Ganhou ou perdeu a batalha do esclarecimento da opinião pública? Com mensagens contraditórias no início da pandemia, cedo a Ciência e as autoridades que emitem conhecimento científico se viram confrontadas com correntes negacionistas e anti-vacinas. A exposição aC / dC procura espelhar toda essa realidade multi-facetada, de geometria variável de país para país.

Neste mundo cada vez mais digital e conectado, ainda não foi encontrada vacina que combata a manipulação, as fake news ou a simples estupidez. Sem censuras, o espaço público das sociedades abertas precisa de mais e melhor informação. A exposição aC /dC no Museu Nacional de História Natural e da Ciência é um modesto contributo para isso. Que não seja efémero. 


Luís Pinheiro de Almeida, voluntário do Ephemera e um dos 3 comissários da exposição


Da folha de sala:

O Arquivo Ephemera, na sua missão de preservação da memória colectiva, tem reunido, desde o início da pandemia, Março de 2020, em Portugal e no estrangeiro, material do mais variado, relacionado com o novo coronavírus. Um acervo único no país. Em parceria com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), leva a cabo uma exposição, aC / dC* – Tempos de Pandemia, onde esse acervo, muito dele de natureza efémera, é mostrado e contextualizado.

Num mundo que mudou – há um aC / dC, um antes e um depois do Coronavírus (ou do Covid-19…), são expostos objectos como cartazes artesanais e institucionais alusivos à pandemia, primeiras páginas de imprensa, autocolantes, t shirts, material de aviso sanitário, institucional e de empresas, parte da vasta de colecção de máscaras do Ephemera, viseiras, gel, luvas, fatos cirúrgicos, kits de vacina e outra parafernália nacional e internacional. Bem como filmes de manifestações contra o confinamento captados pelos voluntários do Ephemera, fotografias dos períodos de confinamento ou milhares de posts que foram aparecendo nas redes sociais, relacionados com a pandemia.

Preservar a Memória, para contribuir para a comunicação de Ciência em tempos excepcionais é o objectivo da exposição.

A Exposição aC / dC* – Tempos de Pandemia decorre de 24 de Setembro a 21 de Novembro, no MUHNAC, R. da Escola Politécnica 56, em Lisboa. Acesso condicionado pelas normas de segurança sanitária em vigor.

Fernando Correia de Oliveira, autor do conceito e comissário, com José Pacheco Pereira, que teve a direcção geral da exposição


Cláudio Ferreira, que tem filmado pro bono várias iniciativas do Ephemera

José Gomes, da logística do Ephemera

Rita Maltez, a outra comissária da exposição


Da folha de sala:

No sentido dos ponteiros do relógio:

Máscaras das mais diversas proveniências, desde a Presidência da República a outros órgãos de soberania e entidades políticas, desportivas, culturais, sociais, nacionais e internacionais.

Cartazes originais, escritos por várias personalidades, e fotografados com eles para artigo no Expresso.

Ilustrações relacionadas com a pandemia, da autoria de Kim Ki-Duk (Filipe Correia de Oliveira), André Carrilho, Cristina Sampaio e João Vaz de Carvalho.

Mais um conjunto de máscaras e fotografias de Rui Serrano, tiradas em tempo de confinamento, no Barreiro.

Armário com parafernália relacionada com a pandemia.

Zona dedicada a movimentos negacionistas ou de oposição ao confinamento.

No centro, as mesas exibem diverso material informativo, usado pelas mais diversas entidades, relacionadas com a situação pandémica.

No primeiro ecrã, vídeos de manifestações negacionistas.

Na parede, fatos de isolamento e t-shirt com QR-code de vacinado.

Na bancada, propaganda partidária relacionada com a pandemia.

No segundo ecrã, mais de 6 mil posts, recolhidos das redes sociais nacionais e estrangeiras, relacionados com a pandemia.

Na parede, zona de intervenção de empresas que usaram a pandemia na sua comunicação.

Todos estes materiais fazem parte do Arquivo Ephemera, que terá sido a primeira entidade em Portugal, e uma das primeiras no mundo, a recolher material relacionado com a pandemia, para memória futura.


Convívio dos claustros do MUHNAC, antes da inauguração





Judite Alves, sub-directora do MUHNAC, que representou o museu no acto inaugural

Eduardo Pinto, voluntário do Ephemera do núcleo de Viseu


Rogério Abreu, o interface do MUHNAC na organização da exposição

Á direita, Nuno Teixeira, voluntário do Ephemera no Barreiro, que ajudou na logística



Margarida Caleiro, voluntária do Ephemera





Em primeiro plano, mestrandos em História e Filosofia da Ciência, da FCUL - Maria Gomes e Pedro Raimundo

Dores Ribeiro, voluntária do Ephemera









José Pacheco Pereira fala das edições Ephemera










a RTP1 cobriu o evento




José Pacheco Pereira, Judite Alves e os ilustradores Cristina Sampaio, João Vaz de Carvalho e André Carrilho, que contribuiram com obras suas para a exposição

Dois fundanenses - à esquerda, São Salvado Forte, do Jornal do Fundão






Ao centro, outro fundanense, o jornalista António Melo


 

O jornalista Adelino Gomes, sócio e voluntário do Ephemera, também esteve presente (em cima e em baixo, fotos de Rita Maltez)

Ficha técnica

aC / dC* – Tempos de Pandemia

*Antes e depois do Covid

Direcção Geral – José Pacheco Pereira

Conceito – Fernando Correia de Oliveira

Comissários – Rita Maltez / Luís Pinheiro de Almeida / Fernando Correia de Oliveira

Interface com o MUHNAC – Rogério Abreu

Música – Ephemera Eterna - Fast Eddie Nelson

Grafismo -- Jorge Sol / Ana Virtuoso

Registo vídeo – Cláudio Ferreira

Logística – Nuno Teixeira

Secretariado – Cristina Viegas

Agradecimentos – Os voluntários do Ephemera, em Portugal e no estrangeiro, bem como todas as entidades que contribuíram com material, nomeadamente máscaras.

André Carrilho

Cristina Sampaio

Embaixada da República da Coreia

Expresso

Filipe Guedes Ramos

Hospital de Dona Estefânia

João Vaz de Carvalho

Licor Beirão

Rui Serrano

Swatch

Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo










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