Se o tempo presente representa algo a gerir, e não um tirano a quem responder, tornar-se-á experiência normal dar-se conta de que já não estamos sós, indivíduos numa selva de estranhos em competição. Empregar o próprio tempo na "com-paixão", na escuta do outro, na partilha de um momento de alegria que "irrompe na nossa vida quando aceitamos construir a existência como prática de hospitalidade" é já dizer-nos a caminho da felicidade. Não aquela efémera da publicidade ou do dia a dia, afogada no fim de contas na procura de uma visibilidade sem a qual acreditamos que não podemos existir, mas aquela humilde e duradoura que, distante da inveja para com a (presumida) fortuna do próximo, nos liga intimamente ao bem.
Prontos também para o tempo da dor e da separação, que chega para todos, ninguém excluído. Mas se preparados, nada nos poderá abater, convicto de que "à beira do fim, há sempre muito que começa".
Maria Teresa Pontara Pederiva
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