[...] Não podem crer os génios lusitanos
Que as modas, como as vidas, são pequenas;
Que já murchou esse estro dos Romanos
E influem sobre nós outros Camenas;
Que o Tempo tragador, volvendo os anos,
Fez cair Roma, fez cair Atenas;
Que jaz no pó Ilíada envolvida,
E que alça a fronte a Fénix Renascida. [...]
Nicolau Tolentino de Almeida
*
ResponderEliminarIntangível
Com seus dentes de sabre, em meia-lua,
tudo o tempo devora com furor,
menos a imagem do teu rosto, amor,
que em minha mente intacta continua!
Passou por ti sem dano te causar
de espécie alguma, físico ou moral,
mantendo-te o aspecto habitual
que sempre fez questão de respeitar.
Com seus dentes de sabre, em curvatura,
de besta terciária, extinta já,
passou junto de ti com pés de lã
sem te afrontar, rendido ao teu sorriso,
àquela tua rara formosura
que ainda hás-de ter… no dia-de-juízo!
João de Castro Nunes