Pôs-se o Sol; como já na sombra feia
Do dia a pouco e pouco a luz desmaia!
E a parda mão da noite, antes que caia,
De grossas nuvens todo o ar semeia.
Apenas já diviso a minha aldeia;
Já do cipreste não distingo a faia.
Tudo em silêncio está. Só lá na praia
Se ouvem quebrar as ondas pela areia
Com a mão na face a vista no céu levanto
E, cheio de mortal melancolia,
Nos tristes olhos mal sustenho o pranto;
E se ainda algum alívio ter podia,
Era ver esta noite durar tanto!
Que nunca mais amanhecesse o dia.
João Xavier de Matos
Quando uma insónia se tem
ResponderEliminare dormir não se consegue
a escuridão nos persegue
enquanto o dia não vem!
JCN