quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma viagem à Suíça há 71 anos*

Dia 18

Partimos cedo para Genève.

É uma cidade encantadora à beira do grande lago Léman, avenidas e jardins marginais lindíssimos, grande movimento, muitos ciclistas, predominando o número de ricas […] que […] deixam ver sem receio as lindas pernas.

Visitámos a fábrica Pateck que é uma perfeição em todo o sentido, máquinas especialíssimas, instalações magníficas embora que em ponto pequeno, não é uma fábrica que trabalhe em grande série, mas mais de laboratório; tem à sua frente o grande lago cuja vista convida à perfeição.

Encontrou-se aqui um dos donos da casa que fala correctamente o português e foi-nos agradável podermos falar com alguém que bem nos compreendia; de resto todos foram muito amáveis, desde o empregado que nos desmagnetizou os relógios até ao técnico que nos mostrou todas as dependências da fábrica. Começámos por ver o atelier de desenho, onde se encontra um aparelho de alta precisão que aumenta o tamanho das dentagens das rodas 100x e permite ver a correcção do talhe.

Passámos a outras secções de talhe de platinas, pontes, aperfeiçoamento dos mesmos, cravações de pedras, talhe de rodas e carretos, etc. Saí encantado.

Almoçámos num restaurante num grande magazin onde toda a gente come de pé e conduz os pratos do balcão onde os compra para as mesas altas que estão por toda a sala.

Tudo é limpeza, correcção e bom gosto.

Visitámos a exposição das obras-primas do museu do Prado que se encontravam aqui guardadas e que vão regressar a Madrid. Vimos as obras de Velasques, Ribero, Goia, Zurbaran, Greco, etc…. o museu onde estão expostos é um belo edifício, sobre as pinturas expostas é desnecessário falar…

Visitámos ainda a praia de Geneve que tinha […] ao sol.

A páginas tantas meti-me por um recanto que era um paraíso, mas fui logo posto fora (era a praia privada das senhoras) a meio do porto, num paredão que entra pelo lago o há um grande repuxo que domina todo o porto e que lhe dá uma beleza admirável. Chegámos às 8h45 e partimos com saudades para Lausanne às 17h30 num barco que faz a travessia do lago (maior dos que fazem a travessia do Tejo para a outra banda). Esta travessia então é lindíssima, a água é dum azul puríssimo, quando baixava vê-se perfeitamente o fundo. Os pontos que tocamos são de uma beleza admirável tanto na costa francesa como na suíça, aldeiazinhas encantadoras, estâncias de banhos, é pena que esteja nevoeiro e se não veja o Monte Branco que fica ao longe.

Chegámos a Lausanne à noite, a vista da cidade iluminada observada do lago quando nos aproximamos é dum efeito surpreendente.

Hospedamo-nos no Hotel do Porto.

Jantar 5,95 francos Quarto 5,50

ver contextualização aqui

Sem comentários:

Enviar um comentário