Neste contexto, aparece o ócio, que provém do latim otium, vinculado a scholê, no grego - é daqui que provém escola. Aqui, ócio significa estar livre dos negócios da política e das actividades económicas, para poder dedicar-se à contemplação, à festa, à alegria e à busca da verdade. Como diz Platão, os filósofos "desfrutam do tempo livre e preparam os seus discursos em paz e em tempo de ócio. Apenas os preocupa alcançar a verdade". Vemos aqui a síntese da importância que Platão atribuía ao ócio, vinculando-o à liberdade (ter tempo livre e ser livre), à verdade, que deve ser procurada sem a pressão do tempo, e à filosofia enquanto procura livre da verdade.
Anselmo Borges
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