quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um relógio, presente holandês para um shogun

Como Estação Cronográfica tem várias vezes referido, foram os portugueses - padres, comerciantes, soldados - quem introduziu o relógio mecânico na Ásia Extrema.

Chineses ou japoneses viam o relógio mais como um objecto mágico, que trabalhava sozinho e fazia sons e melodias, do que como um medidor de tempo.

Espanhóis, franceses, ingleses, holandeses seguiram-se por aquelas paragens e, sabendo do interesse que mandarins (chineses) ou shoguns (senhores da guerra japoneses) tinham por estas máquinas, também passaram a usá-los para abrir portas, subornar burocracias, agradar às elites locais.

Depois dos portugueses terem sido expulsos do Japão (por um shogun, Tokugawa Ieyasu, em 1614), o país ficou totalmente fechado a estrangeiros, excepto o porto de Nagasaki (cidade fundada pelos jesuítas), e apenas para os comerciantes holandeses.

A gravura que mostramos está nos Arquivos Nacionais da Holanda. É de 1814 e representa um relógio de mesa , tal como encomendado pelos shoguns de Edo (antigo nome de Tóquio) ou de Nagasaki. Fazia parte de uma lista de presentes, ilustrada.

Pista dada por Ralf Wokan

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