sábado, 23 de março de 2024

Nos 75 anos da morte de Carlos Sombrio, escritor e "operário relojoeiro" da Figueira da Foz


Carlos Sombrio / António Augusto Esteves

Passam por estes dias 75 anos sobre a morte do "operário relojoeiro" Carlos Sombrio, pseudónimo literário de António Augusto Esteves (Figueira da Foz,  29-7-1894 / 25-3-1949). 

Proprietário de um estabelecimento de ourivesaria e relojoaria na Praça Nova (Praça 8 de Maio), iniciou a sua atividade literária no jornal “A Voz da Justiça”. Desde 1920 e quase até ao fim da vida, foi um colaborador ativo da imprensa portuguesa, dispersa por quase uma centena de periódicos de todo o país, e manteve páginas literárias nos jornais “Gazeta de Coimbra” e “Notícias de Gouveia”.

Praticou remo, como timoneiro, na Associação Naval 1º de Maio, da qual foi, em 1920, nomeado sócio honorário e de cuja biblioteca foi patrono. Proferiu inúmeras conferências e organizou saraus artísticos memoráveis, alguns dos quais transmitidos pela antiga Emissora Nacional. A sua vastíssima produção literária abarcou diferentes géneros: contos, crítica e divulgação dos mais diversos autores, poesia, teatro (principalmente operetas e outras peças musicadas), inúmeros prefácios, textos acerca de desportos náuticos, biografias, estudos de história local, propaganda turística, entre outros.

Fonte: http://diversosdicaseditos.blogspot.pt/2014/07/recordando-carlos-sombrio-no-120.html


Carlos Sombrio, com os pais


Fotos de Carlos Sombrio




Em cima e em baixo - caricaturas de Carlos Sombrio, por António Cruz Caldas

António Augusto Esteves nasceu na Figueira da Foz em 29-7-1894 e faleceu em 25-3-1949. Teve um estabelecimento de ourivesaria e relojoaria na Praça Nova, tendo iniciado a sua atividade literária em “A Voz da Justiça”. Deu abundante colaboração à imprensa portuguesa desde 1920 até quase à hora da morte, dispersa por dezenas de periódicos de norte a sul do país, com destaque para a “Gazeta de Coimbra” e “Notícias de Gouveia” onde manteve páginas literárias. Foi colecionador de bilhetes-postais, ilustrados, ex-libris, livros, autógrafos e pintura, cujo abundante espólio, por sua morte, foi enriquecer a Biblioteca e Museu Municipais. Proferiu inúmeras conferências e organizou saraus artísticos que ficaram memoráveis, alguns dos quais foram transmitidos pela extinta Emissora Nacional. Mereceram-lhe também especial atenção os ranchos folclóricos locais que algumas vezes acompanhou para fora da Figueira da Foz e para os quais chegou a escrever diversas letras. Escreveu “Sombras”, “Aguarelas da Beira”, “Cartas Perdidas”, “Os Nossos Pintores – João Reis”, “Diálogos”, “O Meu Romance”, o poemeto dramático “Rumo ao Mar”, além de diversas conferências, ensaios, crónicas, novelas e contos, tendo sido premiados alguns dos seus livros. Usava o pseudónimo literário de “Carlos Sombrio”.

Fonte: https://gisaweb.cm-porto.pt/units-of-description/documents/437993/

Autodidacta, Carlos Sombrio (a quem o Dr. Joaquim de Carvalho chamou o "cronista probo"), viveu entre 29 de Julho de 1894 e 23 de Março de 1949.

Era um estudioso honesto. O entusiasmo com que abraçava os mais ousados propósitos e a persistência com que procurava vencer, por meio de aturado estudo, as dificuldades que resultavam do facto de não possuir formação escolar, está patente na obra que nos legou. Bairrista, aplicou grande parte do seu tempo no estudo porfiado, tendo como objectivo honrar e servir a sua cidade - a Figueira da Foz. Desinteressadamente e com total despreendimento dos bens do mundo.

O seu funeral foi uma impressionante manifestação de pesar. Além da multidão, estiveram presentes as figuras mais relevantes da Figueira - o elemento oficial, civil e militar.

Fonte: https://outramargem-visor.blogspot.com/2022/02/a-cidade-que-fomos-quem-se-lembra-de.html

Nascera em 29 de Julho de 1894 na Figueira da Foz, onde se destacou como ourives e cinzelador, jornalista e escritor, tendo deixado a Terra com 55 anos, ainda hoje sendo lembrado e comemorado, pela sua arte, fraternidade e culto da beleza.

Em 1936 fundou o grupo Coração, Cabeça e Estômago, em cujo livro de Actas se explica, talvez por ele: "Coração, porque todos os seus componentes vivem afectiva, paternal e socialmente por essa víscera, amando, sofrendo combatendo os duros combates da vida. Cabeça, porque todos são  indivíduos votados ao culto das letras, artes e ciências. Estômago, finalmente porque sem comprometerem aquelas qualidades espirituais, não desprezam os prazeres com que a mesa favorece os apreciadores da boa cozinha portuguesa, entre todas a mais excelente". Entre os convivas anuais estavam Cardoso Marta, o pintor Mário, Augusto, Salinas Salgado e o notável anteriano Joaquim de Carvalho, seu companheiro de infância,  como narrará em 1987 José Pires Lopes de Azevedo, na sua  Lembrança do Doutor Joaquim de Carvalho, transcrevendo mesmo parte da homenagem que Joaquim de Carvalho lhe prestou em Junho de 1949, quando partiu da Terra: "Carlos Sombrio foi um autodidacta no mais denso sentido da palavra; não frequentou escolas e não teve, sequer, o estímulo inicial de um camarada mais velho. O que foi, a si, e a só a si, o deve, à sua vontade tenaz e admiravelmente voluntariosa. (...) O que singularizou Carlos Sombrio foi a afectividade, o dom de captar o colorido e de exprimir o sentido pictórico da Natureza e, sobretudo, o amor à gente simples da nossa terra, em cujo mundo sentimental penetrou com alma romântica e comovida".

Também Manuela de Azevedo, em Alguns Homens das Cartas a João de Barros (1972, Jornal Mar Alto, Figueira da Foz) mencionando ser Carlos Sombrio "um escritor menor que foi um carácter maior, autor de uma série e devotada biografia do Poeta" João de Barros, diz dele: "Era uma alma e um carácter ricos de todos os dons superiores".

Fonte: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2019/06/carlos-sombrio-artista-da-figueira-da.html

Panfleto referente a Exposição sobre Carlos Sombrio / António Augusto Esteves, "operário relojoeiro", na sede da Associação Naval 1º de Maio, na Figueira da Foz, em 15 de Maio de 1955


Capas de algumas obras de Carlos Sombrio / António Augusto Esteves:



Sem comentários:

Enviar um comentário