terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Meditações - a ampulheta em que vaes pulverizando as horas

Tenho ás vezes sentido o chocar dos teus ossos 

E o vento da tua asa os meus labios roçar; 

Mas da tua presença o rasto de destroços 

Nunca de susto fez meu coração parar. 

Nunca, espanto ou receio, ao meu animo trouxe 

Esse aspecto de horror com que tudo apavoras, 

Nas tuas mãos erguendo a inexoravel Fouce 

E a ampulheta em que vaes pulverizando as horas.

António Joaquim de Castro Feijó - Sol de Inverno: ultimos versos : 1915

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