segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Os diamantes (não) são eternos

Editorial Outubro

Os diamantes (não) são eternos

O Grupo dos 7 países mais industrializados do mundo (G7) deverá anunciar por estes dias o embargo da importação de diamantes russo, em mais um passo no combate às fontes de financiamento de Moscovo para a sua guerra contra a Ucrânia.

A medida poderá transformar por completo a cadeia mundial de fornecimento de diamantes, mas a sua implementação dependerá muito do comportamento da Índia, cuja indústria de diamantes emprega milhões de pessoas no corte e polimento de 90% dos diamantes do mundo.

A concretizar-se, o embargo começaria a 1 de Janeiro de 2024. Os G7, que representam 70% do consumo mundial, deixariam de aceitar diamantes da Rússia, o principal produtor mundial de diamantes em bruto.

Ya'akov Almor, especialista no sector, reflecte sobre o momento que se vive, e afirma: “A combinação de dois elementos aparentemente separados – a guerra na Ucrânia e o aumento dos diamantes de laboratório – e que podem ser enfrentados individualmente, irá provocar um ambiente altamente tóxico, que ameaça da cabeça aos pés a saúde do comércio e indústria mundiais de diamantes”.

Falando na Madrid Joya, Almor sublinha que o conflito na Europa e os LGDs (lab-grown diamonds) são ameaças gigantescas. A Alrosa, empresa diamantífera russa, é parcialmente estatal e gerida por gente próxima de Putin, obtendo pelo menos 4 mil milhões de dólares por ano. Que certamente estão a financiar a guerra. Isso poderá fazer com que os consumidores ocidentais não queiram comprar jóias, com receio de que elas tenham diamantes russos.

Isso poderia levar esses consumidores a preferirem peças com LGDs. O que iria transformar-se numa tempestade perfeita para o sector.

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