quarta-feira, 19 de julho de 2023

Em primeira mão - Martin Braun regressa com... Martin Braun e o icónico EOS

O alemão Martin Braun é relojoeiro desde há mais de 30 anos. Desde cedo se fez notar pelas suas criações no âmbito das complicações astronómicas e o seu modelo mais conhecido, o EOS, dando a leitura analógica da alvorada e ocaso solares, lançado no início do século XX, ficou pela estética e pela mecânica na história da relojoaria contemporânea.

Seguiram-se outras complicações astronómicas e, com o êxito, Martin Braun vendeu a marca ao Grupo Franck Muller. Mas as coisas não correram bem, e o mestre relojoeiro abandonou o grupo para criar outra marca, a Antoine Martin, cujos calibres eram feitos numa manufactura própria. Mas, também aqui o negócio não vingou.

Depois de uma férias sabáticas e de muitas temporadas passadas no sul de Espanha, Martin Braun conseguiu recuperar a marca com o seu próprio nome. E relançou o EOS. Que, em Portugal, como no início, será vendido pela Sociedade de Relojoaria Independente (SRI). A um preço um pouco acima dos 6 mil euros. Até hoje, só foram feitos cinco exemplares da segunda leva do EOS. O número 5 está por cá.

E que melhor local para rever um relógio com complições astronómicas do que a Sociedade de Geografia de Lisboa?

Com um estojo de grande qualidade, o relançado EOS foi-nos mostrado por Jorge Pinheiro, CEO da SRI.


Na Baselworld de 2003, com Martin Braun, junto ao seu stand. Em baixo, anúncio dessa altura ao EOS. No ano seguinte, comprámos-lhe directamente um N. B. Yäeger, sub-marca que tinha entretanto criado.

Martin Braun faz parte de uma dinastia de relojoeiros que há três gerações trabalha no sector.  A paixão de Martin pela medição do tempo vem desde a sua juventude. Durante os anos de formação, ficou tão envolvido com os complexos mecanismos da relojoaria, que decidiu avançar seriamente na criação de modelos únicos. Primeiro, montou um relógio de mesa, de amonite, equipado, entre outras coisas, com o lendário movimento regulador, inventado pelo famoso relojoeiro inglês Graham. Juntamente com o pai, Martin Braun restaurou velhas raridades e calibres fora do comum, para os quais produziu caixas. Isso incluiu calibres complicados, como calendários perpétuos. “Nesses tempos”, recorda Martin, “ganhei uma experiência única, que me permitiu fazer caixas para movimentos e peças para calibres construídos há mais de 100 anos”.

Em 1998, Martin organizou uma série de seminários sobre complicações relojoeiras, abertas ao público em geral. Gente vinda de todo o mundo participou nesses seminários (que continuam a realizar-se, agora por iniciativa da Schaumburg Watch), alargando os seus conhecimentos em relojoaria mecânica. Entretanto, Martin tinha iniciado em 1995 um calibre completamente novo e de sua autoria, o EOS. “De todos os relógios que montei, este mereceu-me a atenção especial. Passei um ano inteiro a calcular o tempo do nascer e o pôr do sol, criando paralelamente um programa informático para isso. No Outono de 2000, o hoje lendário EOS foi apresentado ao público e tornou-se rapidamente num marco da relojoaria contemporânea, tendo ganho uma série de prestigiados prémios.

Em Abril de 2001, Martin Braun participou pela primeira vez na Feira de Basileia, onde apresentou o EOS a uma audiência alargada. Nessa altura já tinha os seus primeiros empregados – tal a quantidade de pedidos para o modelo, que ele já não conseguia satisfazer sozinho. A sua manufactura recorreu apenas a relojoeiros experientes e altamente qualificados, cujo trabalho passava por um controlo de qualidade muito exigente. Em 2002, Martin Braun introduziu um novo modelo – o Boreas, o equivalente do EOS, mas com o acrescento de uma outra complicação astronómica – a equação do tempo. E, de novo, o sucesso foi imediato. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi distinguido num concurso para inovações relojoeiras. Mais tarde, na Feira de Basileia, Martin Braun apresentou o revolucionário modelo Heliocentric, com um mostrador onde se mostra a posição da Terra na sua órbita em redor do Sol, indicando ao mesmo tempo a posição no mapa zodiacal.

Sem dúvida que o modelo mais complexo criado por Martin Braun é o Astrarios, que combina as funções do Heliocentric com o lendário EOS. Todas estas complicações usadas em conjunto são inéditas no mundo da relojoaria mecânica e protegidas por várias patentes. Seguiu-se o Notos, também ele com indicações inéditas, como o ângulo do Sol em relação ao Equador ou as diferenças máxima e mínima entre o tempo solar verdadeiro e o tempo civil ao longo do ano (equação do tempo).

EOS

Martin Braun foi o primeiro a conceber a complicação mecânica indicando o nascer e o pôr do sol num relógio de pulso. O modelo EOS tem o seu nome derivado da deusa grega do ocaso. Modelo profusamente premiado, o EOS continua hoje a impressionar quem o vê – a alvorada e o ocaso são indicados através de dois longos ponteiros de titânio, cruzados, que apontam para escalas de segmentos circulares. Às 6 horas, são visíveis as duas cames que permitem a variação dos ponteiros e que podem ser adaptadas a diferentes latitudes, mediante a vontade de quem o adquirir. Do lado esquerdo do mostrador, mostra-se a hora da alvorada, do direito, a do ocaso.

Movimento:

• Automatico MAB 88.2

• 25 rubis

• Rotor plaqueado de ródio, gravado e decorado com Côtes de Genève

• Pontes perladas

• Autonomia de 42 h

Caixa:

• Ø 42.0 mm, H 12.5 mm

• Aço polido

• Vidro de safira na frente, fundo à vista

• Asas com barras aparafusadas

• Estanque até 5 atm

Funções:

• Horas, minutos, data

• Tempo de nas e pôr do Sol

Ponteiros:

• Titânio maciço, azulado

Mostrador:

• Prateado, com decoração guilloché

Versões:

• Os discos de nascer e pôr do Sol estão disponíveis em várias cores, como azul, vermelho ou verde.

Pulseira de cortiça:

• A cortiça tem propriedades únicas, sendo mais confortável de uso no pulso do que peles de animais, com a vantagem de não usar qualquer produto com essa origem. A cortiça é um produto natural, ecológico, agradável ao tacto, esteticamente apelativo. Repelente à água, permite ao mesmo tempo a respiração da pele, mantendo a elasticidade. A sua superfície é bela e natural, com um padrão que faz de cada pulseira um exemplar único.

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