quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Em 1415, em Guimarães - quem paga o novo sino para o relógio?

O Prior de Guimarães Dom Mestre Afonso escreve a 5 de Janeiro de 1415 a seguinte carta: "Concelho e homens bons da vila de Guimarães o prior dessa mesma me vos envio comendar faço-vos saber que vi vosso recado em razão do sino para o relógio e quanto é por o sino são bem sabedes vós e entendeis que por serviço de Deus e honra dessa igreja e vossa e nossa não se pode escusar do outro britado bem me praz. E pois que nós damos o sino parece que será aguisado de o fazerdes vós às vossas custas ainda que se faça mais pequeno por não custar tanto. E não deixará por isso de ser tão bom / ao que dizedes de meu Senhor el-Rei que mandava tomar o sino velho que achassem isto poderia ser cuidando ele que havia aí mais que os que aí há são doutra guisa não o mandaria dizer. E vós acordai-vos com esses cónegos e homens bons desse cabido o melhor que puderdes que eles não vos saiam de razão que assim lho mando dizer. E para a vós não vos dar Deus muitos encargos que assaz deles houvemos este ano em obras dessa igreja e em despesas por vossos privilégios que nos fizestes fazer-vos e o corregedor e eu fora alo de boamente por acordar convosco em essas coisas e em outras mais graças a Deus não estou em disposto porque estou fraco de dó que houve escrita no Porto cinco dias de Janeiro. Prior vimaranene". - Pergaminho nº 48 da Câmara municipal.

Fonte: Efemérides Vimaranenses

Os século XV e XVI são abundantes, por toda a Europa, de litígios deste tipo - quem paga o investimento dos relógio públicos e dos sinos a eles associados, sendo eles por essa altura ainda uma simbiose de marcadores de tempo canónico e de tempo laico, mas estando instalados em edifícios religiosos? Saiba mais em História do Tempo em Portugal, por exemplo.

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