Pegar em tintas e misturá-las na paleta sem tela ante nós onde pintar. Mandar vir pedra para burilar sem ter buril nem ser escultor. Fazer de tudo um absurdo e requintar para fúteis todas as nossas estéreis horas. Jogar às escondidas com a nossa consciência de viver.
Ouvir as horas dizer-nos que existimos com um sorriso
deliciado e incrédulo. Ver o Tempo pintar o mundo e achar o quadro não só falso
mas vão.
Fernando Pessoa, Livro do Desassossego
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