segunda-feira, 17 de maio de 2021

Meditações - o sempre sábio corpo se pensa e chegada pensa a sua hora

TEMPORAL

Nunca cessa o fôlego dos ponteiros

na branca vastidão do mostrador?

Deslizam lentas mãos inquietantes

no seio violado do levante...

A saltos, a sol, a água ou areia

segue sempre o barco a favor do vento?

Rompe o junco as duas águas da mente

e o selo esplendoroso do oriente...

Talvez a rotação seja o limite

e no campo desnudo se cultive

o que oscila entre sol e sombra.

Quando escuta escoar o breve acorde

do carrilhão, o sempre sábio corpo

se pensa e chegada pensa a sua hora.

 

Davino Sena e Elizabeth Hazin   

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