O centro de recolha do Ephemera em Viana do Castelo continua a receber material relacionado com cronologias e alfarrábios. Este Almanak do Borda Leça para 1940 (bissexto) assinala os 100 anos da folhinha e vai para o Núcleo do Tempo do arquivo.
O Almanak do Borda Leça começou por ser impresso pela Imprensa Popular, na Rua do Bonjardim, 67; e, a partir de 1907, no Bazar Feniano de António da Silva Santos, na rua Mouzinho da Silveira, 264 a 270; ambos no Porto.
Segundo o site da Câmara Municipal da Maia, Rafael Carlos Pereira de Sousa nasceu em Viseu a 3 de Março de 1821, mas cedo deixou a terra natal.
Em Ponte de Lima conheceu um boticário que possuía uma
excelente livraria, que ele verdadeiramente devorou. Fixou-se depois em
Moreira, no lugar de Pedras Rubras, onde casou, em 1848, com Maria Alves
Pereira, daqui natural.
Foi, quase sempre ao mesmo tempo: ferrador, pintor, alfaiate, tamanqueiro, fogueteiro, algebrista (endireita), alveitar (veterinário) e astrónomo. Entretanto, ainda teve tempo para escrever vários livros, com destaque para o Livro do Futuro ou a arte de adivinhar, a Pirotecnia ou o novo manual do fogueteiro e a Nova Veterinária ou compêndio de medicina veterinária teórico e prático.
Foi também responsável pela publicação do então muito conhecido e apreciado Almanaque da Borda-Leça. E, como dizia o Padre Vieira Neves na Revista da Maia de 1885: "E este homem é pobre!!". Imagine-se.
A Junta de Freguesia de Moreira, Maia, através de José Augusto Maia Marques, acrescenta mais alguns pormenores:
O
Almanaque, muito apreciado na região, publicou-se desde 1849 pelo menos até
1911. Também o Padre Joaquim Antunes de Azevedo que se lhe refere nas suas "Memórias…" nota, por exemplo, que foi ele quem elaborou a primeira numeração,
hoje chamada "de polícia", bem como a primeira ordenação toponímica da
freguesia de Moreira e de parte do concelho da Maia.
Não confundir o Almanak do Borda Leça com o Verdadeiro Reportório do Borda Leça, editado também no Porto, na Livraria Portuguesa, de 1886 a 1890. O seu autor: Bento Serrano.
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