Daría de bom grado
Trinta ou quarenta dias do futuro,
Se o podesse fazer,
Para, moço outra vez, do meu passado,
Ingénuo, crente e puro,
Três horas, ires somente, reviver.
Na primeira das três,
Aquella revivera, azul, celeste,
Em que, rósea de pejo.
Com infantil, quebrada timidez,
Suavíssima me deste.
Sob as magnólias, o primeiro beijo.
Ao chegar da segunda,
Que ponto no passado evanescente
Tomara eu por mira ? Sentindo uma emoção doce e profunda,
Extasiadamente,
Da primeira as doçuras repetira.
Cavamente sonora. Soaria a terceira : tudo em pó
Se desfaz, de fugida ...
E eu sempre a reviver a mesma hora,
Que, sendo uma hora só.
Tem sido, é e será toda uma vida!
Eugénio de Castro
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