NEM PRINCÍPIO NEM FIM, A ARTE É ASSIM. Sim, aquilo a que chamamos arte é sempre um exercício de engenho que se situa algures entre o desafio, o testemunho e a inquietação de perceber. Por isso, todas as obras de arte são trans-contemporâneas, na medida em que, seja no ontem ou no amanhã, põem à prova a nossa sensibilidade de interlocutores. Algumas delas são SUBLIMES, pois atingem o estádio aurático da invocação permanente. Ungidas por um poder perpétuo de encantação, pertencem a um mundo onde existe movimento trans-contextual, capacidade de acumular memórias (mesmo quando o gosto dominante possa gerar pontuais esquecimentos) e salvaguarda de afectos. A nós, eternos mortais sem remédio visível, apenas cabem as tentações interpretativas. E, já agora, as possibilidades de 'mais vida para as obras de arte', aduzida pelos meios da Conservação e Restauro e da História da Arte, com a sua investigação integrada.
Vítor Serrão
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