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Editorial
Uma fusão LVMH / Richemont?
Depois de uma década de crescimento acentuado e contínuo, o sector do luxo a nível mundial estará a preparar-se para mais consolidação? Alguns observadores dizem que sim, que ela será mesmo inevitável, face a uma globalização irreversível e à desmaterialização da maior parte das etapas entre a produção e o consumidor final.
Um especialista na prospectiva do luxo global, Luca Sola, da consultora Bernstein, fazia há dias num artigo online um exercício de estilo (apenas isso, pois não há qualquer indicação nesse sentido) sobre a fusão do LVMH, o maior grupo de luxo do mundo, e o Compagnie Financière Richemont, o líder mundial da alta relojoaria.
“A fusão do LVMH e do Richemont criaria um gigante dominante dos produtos de luxo, impossível de igualar por nenhum dos seus concorrentes”, diz Sola. “Essa fusão passaria a liderar virtualmente em quase todas as grandes categorias”, desde a marroquinaria aos vinhos e espirituosos, passando pela joalharia, relojoaria e distribuição de produtos de beleza.
O grupo francês vale 215 mil milhões de dólares em bolsa e o suíço 47 mil milhões. Actualmente, a capitalização bolsista do LVMH é igual à soma das do Kering, Richemont, Hermès e Swatch Group.
Os analistas só vêem vantagens na fusão entre o LVMH e o Richemont. A sua estrutura organizativa sairia reforçada. Além disso, uma plataforma Yoox Net-a-Porter passaria a ser uma poderosa máquina de guerra na venda online de produtos de luxo. Finalmente, a excelência do LVMH na marroquinaria, vinhos e espirituosos e produtos de beleza seria reforçada pela do Richemont na relojoaria e joalharia.
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