segunda-feira, 4 de junho de 2018

De visita à Girard-Perregaux, com relógios de três pontes de ouro e escapes de força constante


Estivemos por estes dias em La Chaux-de-Fonds, coração da indústria relojoeira suíça tradicional e, juntamente com a vizinha Le Locle, declaradas pela UNESCO Património Mundial da Humanidade, pela sua arquitectura, vocacionada desde o século XIX para as melhores condições de iluminação natural possíveis, atendendo ao fabrico de relógios.

Jean-François Bautte funda a sua empresa em Genebra, em 1791, produzindo relógios de bolso de alta qualidade. Nascido em La-Chaux-de-Fonds, Constant Girard funda a sua nessa localidade, em 1852. Dois anos mais tarde, casa-se com Marie Perregaux, natural do Locle. Nasce a Girard-Perregaux, que em 1906 adquire a manufactura fundada por Bautte. São assim 227 anos de actividade ininterrupta em termos de Alta Relojoaria.

Há precisamente 22 anos, a primeira manufactura relojoeira que visitámos foi a Girard-Perregaux, que então pertencia à família Macaluso. Nela fizemos o nosso primeiro curso de iniciação à relojoaria e, anos mais tarde, a Girard-Perregaux iria apoiar os dois primeiros livros que escrevemos sobre o Tempo. Durante estas duas décadas fomos revisitando a manufactura e acompanhando momentos importantes da sua vida, como aquando do lançamento em 2013 do também revolucionário Escape de Força Constante. (veja aqui ou aqui).

Hoje, a Girard-Perregaux pertence ao grupo de luxo Kering e, desde Janeiro de 2015 tem como CEO Antonio Calce, um quadro que antes tinha passado pela Piaget, pela Panerai e pela Corum. Na edição de Julho do Relógios & Canetas online teremos uma entrevista com ele e outros pormenores sobre mais esta visita que agora fizemos à manufactura.

Para já, um portefólio sobre os dias em La Chaux-de-Fonds, a convite da Girard-Perregaux,




O turbilhão, com as três pontes de ouro, uma arquitectura revolucionária que Constant Girard levou em forma de relógio de bolso à Feira Universal de Paris, de 1889, onde ganhou a medalha de ouro, é uma das grandes "assinaturas" da marca que, em 1981, lançou uma edição limitada a 20 exemplares, réplicas do original de 1889.


E, em 1991, por ocasião do bi-centenário, a Girard-Perregaux apresentou essa arquitectura do turbilhão, com as três pontes de ouro, mas agora em relógio de pulso, num calibre automático, com micro-rotor. Até hoje, essa arquitectura tem sido aplicada em várias declinações, algumas bem futuristas.




Em cima, outro exemplo da capacidade da manufactura - um repetição minutos, com turbilhão tri-axial










Stefano Macaluso, na qualidade de responsável de Desenvolvimento de Produto da Girard-Perregaux, fez a apresentação dos mais recentes modelos da marca. Arquitecto de formação, um dos filhos de Luigi "Gino" Macaluso, que já foi dono da manufactura, Stefano deverá abandonar proximamente a empresa, para criar a sua própria companhia de design de relógios e carros.


Lançado em 2017,  o Girard-Perregaux Tri-Axial Planetarium é o epítome do savoir-faire relojoeiro da manufactura - o calibre, de carga manual, com turbilhão tri-axial, tem um globo tridimensional que mostra as 24 horas no mundo, além de fases de lua






Uma declinação do Escape de Força Constante (ver também aquiaqui ou aqui)





O Laureato, lançado em 1975, relógio desportivo, continua a ser declinado, sendo hoje o modelo mais vendido da marca


















Um modelo Cat's Eye, a linha feminina da Girard-Perregaux


Um WWTC, um dos modelos mais populares da marca, com Horas do Mundo




Um calendário Perpétuo


A despedida... 


Fizemos a visita integrados num grupo ibérico. Ao centro e em baixo, Antonio Calce, CEO da Girard-Perregaux. Antes de um jantar no Beau Rivage, em Neuchatel.







A viagem terminou num almoço na Ferme Droz-dit-Busset, uma das mais antigas da região. Antes, mais uma visita ao Museu Internacional de Relojoaria, de La Chaux-de-Fonds. Acompanhados de Willy Schweizer, historiador e curador da colecção da manufactura, que deverá inaugurar em 2019 o seu próprio museu.

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