terça-feira, 3 de abril de 2018

Relógios & Canetas online Abril - Editorial - Mini Baselworld


A edição de Abril do Relógios & Canetas online já está disponível, aqui, aqui ou aqui. São 172 páginas de informação em primeira mão sobre Relojoaria, com as novidades apresentadas na Baselworld e informação com preços e características de marcas e modelos disponíveis em Portugal.

Editorial

Mini Baselworld

Fernando Correia de Oliveira

De 1.500 expositores, em dois anos, a Baselworld passou para 650 na edição 2018, que teve um terço do espaço expositivo e seis dias, menos dois do que era habitual. Mesmo assim, quem esteve lá, como nós, terá ficado agradado com o que viu – melhor qualidade média do que em 2017, novidades mais coerentes. Apesar de tudo, a Baselworld 2019 vai ter que se arrumar melhor (ter os calibres ETA em frente à Alta Joalharia não ajuda) e adaptar-se ao mundo digital.

Dos 650 expositores presentes, 130 eram suíços e, destes, apenas 104 de marcas de relojoaria (204 em 2017). Poderá dizer-se então que a feira de Basileia deixou de ser representativa do sector relojoeiro helvético? Nem por isso. Como não deixaram de frisar os que ficaram, aqueles que desistiram de estar presentes (sobretudo marcas de moda) representarão 4 a 5 por cento do volume de negócios.

Atente-se que 95 por cento dos relógios que se vendem no mundo com preço acima dos mil euros são suíços e que a Rolex, a Patek Philippe, TAG Heuer, Hublot, Bvlgari, Zenith, Chopard, Breitling e todas as marcas do maior grupo de relojoaria do mundo, o Swatch Group (Breguet, Omega, Longines, Tissot e mais uma dezena de outras), continuam a ter os seus stands na Baselworld.

Em termos de volume, os relógios suíços representam apenas 3 por cento dos relógios que se fabricam no mundo. Mas, em termos de valor, eles ascendem a 60 por cento do bolo global.

Em 2017, a Suíça exportou relógios no valor de 19,9 mil milhões de francos, estando ainda longe do recorde de 22,3 mil milhões alcançado em 2014, mas conseguindo inverter a tendência de queda ocorrida em 2015 e 2016.

Para este valor, a Suíça exporta cada vez menos unidades – 24,3 milhões em 2017, contra um recorde absoluto atingido em 2011, de 29,8 milhões de unidades.

No ano passado, os relógios de quartzo contribuíram com 3,5 mil milhões de francos para as exportações, contra 15,3 mil milhões de francos dos relógios mecânicos. Os relógios de mais de 3 mil francos representam apenas 6 por cento da quantidade total, mas 65 por cento do valor.

Em valor, a Ásia absorve 50 por cento da produção relojoeira helvética, seguindo-se a Europa com 34 por cento e a América com 14 por cento.

Para a Baselworld 2019, a organização da feira conseguiu obter o comprometimento da Rolex, do Swatch Group, da Patek Pbhilippe, das marcas do LVMH, da Chopard, da Breitling ou da Chanel.

Mas, apesar do quadro económico positivo e do aparente estancar da sangria, com a Baselworld 2019 garantida, isso não chega para afastar a sensação de navegação à vista num mundo digital, onde feiras deste tipo terão deixado (há já algum tempo) de fazer sentido.

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