Era simples viver
Eu pensava em ti como o amor eternizado em olhares de ternura e abraços confortáveis.
Construi uma vida para dois, acordando preguiçosamente ao meio dia, tomando o café da manhã na varanda de frente para o jardim, os longos passeios pela praia a ver o sol se pôr no horizonte, a volta passando no mercado, um jantar leve preparado a dois entre beijos e risos, a leitura no sofá pausada por olhares cúmplices e a vida era tão simples, tão rica de encantos…
O tempo vai girando os fusos, os dias lentos e vazios de afagos…
Guardo uma imagem tua; todos os dias contemplo-a demoradamente, imaginando se os traços mudaram, é claro que mudaram…
Concluo – eu também mudei, os anos são tão cruéis… e, de repente, já não sou, nem tu és, e, nada somos, além de uma névoa fina que se dispersa para além da janela do tempo…
Verónica Almeida
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