No Verão Quente de 1975 comprámos o primeiro relógio com dinheiro próprio (por 9.900 escudos, o equivalente a menos de 50 euros actuais e, na altura, o equivalente a três ordenados líquidos - e ganhávamos bem...). Do pulso, saía o Cauny que nos acompanhava desde o fim da Escola Primária - o presente clássico dos Pais a uma ou duas gerações de portugueses - e entrava o pesado e enorme (para a época) Omega Speedmaster Mak IV, que usámos diariamente durante toda a Faculdade e que ainda hoje usamos esporadicamente.
Vem tudo isto a propósito de 2017 ser um ano especial para a Omega, e muito particularmente para o seu modelo Speedmaster, muito conhecido por ter sido o único a ter estado na Lua. O modelo de cronógrafo foi lançado em 1957, numa estética que foi sendo declinada até hoje. A primeira versão, Broad Arrow (pelo formato dos ponteiros), tinha calibre de carga manual.
O Speedmaster Professionnal Mark IV, lançado em 1973, com caixa tonneau, tinha a particularidade de, além de cronógrafo com data, ter um submostrador às 9 horas, com escala de 24 horas. Nunca percebemos bem essa função - não é um GMT, dizem-nos que serve para situações em que não se sabe se é de dia ou de noite, como quando se está muito tempo numa gruta... De qualquer modo, vem equipado com um calibre automático, o 1040, verdadeira máquina de guerra, que resiste a tudo. O vidro, com escala taquimétrica pintada, tem um "pequeno problema" - como não está totalmente à face da luneta, ficando um pouco sobressaído - tem tendência a lascar se não houver cuidado em choques laterais (vamos no terceiro mostrador original...). Posto isto, o nosso Speedmaster Professionnal Mark IV foi o relógio aspiracional de um jovem jornalista, marcou etapas importantes da sua vida e... decerto vai continuar a marcar, pois mantém-se a funcionar sem problemas (com revisões apenas a cada cinco ou sete anos).
A Omega vai decerto assinalar de forma especial os 60 anos do Speedmaster, indo lançar mesmo dois modelos alusivos ao aniversário durante a Baselworld, a feira que este mês se realiza em Basileia. Para já, produziu um kit de comunicação, que inclui imagens históricas com o percurso do modelo.
Em cima, o modelo Broad Arrow, lançado em 1957
Em cima, o Speedmaster de 1959, modelo usado em 1963 pelo astronauta norte-americano Walter Schirra, o primeiro Omega no espaço.
Em cima, a terceira geração do Speedmaster. Este modelo, testado e qualificado pela NASA em 1965, foi a partir daí usado no seu programa espacial, estando em 1969 no pulso dos astronautas que fizeram a primeira alunagem.
Em 1997 a Omega faz o relançamento do modelo, inspirando-se na versão originaçl de 1957. É o relógio visto acima.
Em 1996 surge o Racing Schumacher, homenageando o piloto alemão de Fórmula 1.
É em 2005 que a Omega emprega pela primeira vez o revolucionário sistema de escape co-axial. Essa inovação estreia-se num Speedmaster com função GMT.
O fenómeno do online e das redes sociais tem cada vez mais peso no quotidiano relojoeiro. Recentemente, a comunidade SpeedyTuesday (que agrupa amantes do Speedmaster em todo o mundo), em colaboração com o site original Hodinkee, levou a efeito uma venda de uma edição limitada, que esgotou em horas.
A edição limitada #Speedytuesday, que esgotou rapidamente em venda online
George Clooney, embaixador Omega, aparece em nova campanha de comunicação com o Speedmaster Racing, um dos modelos comemorativos dos 60 anos.
Em cima, o Speedmaster Racing. Em baixo, o Speedmaster 38mm, o outro modelo para os 60º aniversário.
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