terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Relógios & Canetas online Janeiro - Editorial


As novas regras do Swiss Made

A partir de 1 de Janeiro deste ano a indústria relojoeira suíça terá que incorporar 60 por cento de valor acrescentado local nos seus relógios para poder ostentar no mostrador a indicação "Swiss Made", quando até agora bastavam 50 por cento.

A medida destina-se a reforçar a imagem do Swiss Made, mas a manufactura independente H. Moser & Cie, baseada em Neuhausen am Rheinfall, Schaffhausen, no norte do país, acha a percentagem ainda insuficiente.

"Isso só levará a uma maior confusão sobre a classificação e não a mais valor acrescentado, pois o consumidor final pensa que Swiss Made quer dizer um artigo fabricado a 100 por cento na Suíça", diz a marca em comunicado. "Ora, a realidade é que muitas marcas mandam fabricar a maior parte dos seus componentes fora da Suíça".

A pequena manufactura mantém uma produção limitada, mas 95 por cento produzida na Suíça e veria com bons olhos um aumento maior do limite mínimo de valor acrescentado para que um relógio pudesse ser considerado Swiss Made.

Atendendo a tudo isto, a H. Moser & Cie. decidiu abandonar a etiqueta Swiss Made e, a partir de 2017, essa indicação deixará de aparecer nos seus mostradores.

Reflectindo a predisposição generalizada dos seus membros a Federação Relojoeira helvética iniciou em 2007 um processo de fortalecimento da etiqueta “Swiss Made” no seu sector.

O endurecimento das regras do Swiss Made tem em conta três objectivos:

- Garantir o valor e a credibilidade a longo prazo da etiqueta.

- Garantir a satisfação por parte dos consumidores que, quando compram um relógio Swiss Made, esperam que ele tenha sido manufacturado na Suíça e que incorpore um alto valor acrescentado de origem suíça.

- Tornar a legislação mais específica, a fim de se poder reprimir mais facilmente os abusos.

A principal alteração introduzida pelo proposto fortalecimento da etiqueta consiste em especificar um critério mínimo de valor para o relógio, em vez de dizer respeito apenas ao calibre.

Os critérios já existentes – como sejam os de incorporação obrigatória de um calibre suíço, montagem e inspecção final na Suíça – mantém-se em vigor. No entanto, a definição de calibre suíço passa dos actuais 50 por cento de valor acrescentado suíço para 60 por cento.

São acrescentados novos critérios para o cálculo do valor acrescentado suíço, como sejam a pesquisa e desenvolvimento e os custos de certificação.

Se, para a indústria relojoeira mecânica, as novas regras do Swiss Made parecem não ser difíceis de cumprir, já as marcas de moda, que produzem essencialmente relógios de quartzo, relativamente baratos, com muitos dos componentes a virem do exterior (caixas, braceletes, ponteiros, mostradores, etc.) poderão ter dificuldades em manter a etiqueta.

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