quarta-feira, 6 de abril de 2016
Relógios & Canetas online de Abril - Editorial - Nos mostradores tudo é azul...
Já está disponível a edição de Abril do Relógios & Canetas online. São um recorde de 187 páginas inteiramente dedicadas à alta relojoaria, instrumentos de escrita, jóias e outros objectos de luxo. Para ver, vá aqui ou aqui.
Editorial
Nos mostradores, tudo é azul…
No último trimestre de 2015, as exportações mundiais de smartwatches ultrapassaram pela primeira vez na história as exportações de relojoaria suíça. Nesse período, as exportações relojoeiras suíças diminuíram 5 por cento (face a 2014), enquanto as de smartwatches aumentaram 316 por cento.
Isto faz-nos lembrar aquela altura, em meados dos anos 1930, quando o relógio de pulso ultrapassou, pela primeira vez, em vendas mundiais, o relógio de bolso. Viu-se o destino do segundo…
Tanto no Salão de Genebra, em Janeiro, como agora em Março na Baselworld, o ambiente que se respirou foi de muita preocupação, mal disfarçada. Estará a relojoaria tradicional – de quartzo ou mecânica – condenada à morte, num mundo onde tudo, todos os objectos, passarão a estar conectados?
O grande argumento das grandes manufacturas é que estamos perante dois mundos diferentes. Um relógio mecânico é um objecto de luxo, muito mais do que um utensílio para ver as horas. E um gadget electrónico nunca será, garantem-nos, um objecto de luxo.
Mas, mesmo entre os que estão há décadas no sector relojoeiro tradicional, já se começa a ouvir à boca pequena a questão: e, se um dia, o mundo acordar para a electrónica de luxo? “Porque é que a indústria da relojoaria há-de estar protegida pela mão de Deus, quando outros sectores morreram face à concorrência inesperada de novos objectos e necessidades?”, atirava-nos há dias em Basileia o fundador de uma pequena marca independente de relógios de luxo.
Neste número do Relógios & Canetas online (onde batemos mais um recorde de páginas) deixamos-lhe as novidades que a relojoaria clássica apresentou na Baselworld. Além de uma baixa generalizada de preços, a tendência agora é o azul, o novo preto. Nos mostradores, ao menos, o futuro parece risonho…
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