terça-feira, 3 de novembro de 2015

Relógio da Câmara do Porto usado em instalação de João Penalva


Até 28 de Novembro está patente no Palácio dos Correios do Porto a exposição Transmissão Direta, do artista João Penalva. Com curadoria de João Pinharanda e produzida pela Fundação EDP, trata-se de uma instalação site-specific, que transmite o som e as imagens do mecanismo do relógio da torre da Câmara Municipal do Porto, para o espaço de exposição.


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Penalva aborda a temática do tempo e a sua dimensão de memória. O relógio usado nesta instalação pertence à Câmara Municipal do Porto e foi recuperado para a exposição, devolvendo-lhe assim uma função há muito desactivada.

As imagens transmitidas não são gravadas, constituindo assim uma peça efémera.


Do catálogo:

O artista intervém diretamente na cidade através de uma instalação da Torre do Relógio da Câmara Municipal do Porto. T.D. Transmissão Direta da Torre do Relógio da Câmara Municipal do Porto, 2015, do artista João Penalva está patente no Palácio dos Correios do Porto de 26 de setembro a 28 de novembro.

A exposição tem curadoria de João Pinharanda e é produzida pela Fundação EDP, no âmbito do protocolo de parceria e apoio mecenático com a Galeria Municipal do Porto. Este protocolo vem dar continuidade à missão sociocultural que a Fundação EDP tem vindo a desenvolver na cidade do Porto, através da promoção da arte contemporânea, agora em articulação com o Município.

Trata-se de uma instalação site-specific, que transmite o som e as imagens do mecanismo do relógio da torre da Câmara Municipal do Porto, para o espaço de exposição. João Penalva desenvolveu esta solução expositiva a partir das circunstâncias dos locais onde é convidado a trabalhar - torres de relógio pertencentes a instituições públicas - dando continuidade ao programa artístico que tem vindo a desenvolver. Anteriormente, o artista usou também a mesma solução em Wasserschoss, Gross Leuthen, Brandeburgo, Alemanha, 2004; Irish Museum of Modern Art, Dublin, Irlanda, 2007; Galeria Solar, Vila do Conde, Portugal, 2008

Penalva aborda a temática do tempo e a sua dimensão de memória.O relógio usado nesta instalação pertence à Câmara Municipal do Porto e foi recuperado para a exposição, devolvendo-lhe assim uma função há muito desativada. As imagens transmitidas mostram a tecnologia antiga de um relógio presente intervindo na cidade. As imagens da exposição são transmitidas, mas não são gravadas, constituindo uma peça efémera.

«Oferecendo-nos imagens de tecnologias obsoletas (históricas), o artista intervém anonimamente na cidade e faz de quem visita a instalação cúmplice do processo de ordenação do tempo público tal como ele era concebido num passado de que nos afastamos velozmente. Penalva recoloca-nos assim, a partir do presente sem recuo da sua obra, na dimensão de onde nos tinha inicialmente retirado: a projeção no futuro de um tempo passado.»

João Pinharanda


O ARTISTA

João Penalva nasceu em Lisboa em 1949. Reside e trabalha em Londres desde 1976.

Representou Portugal na Bienal de São Paulo, 1996, e Bienal de Veneza, 2001. Participou na Bienal de Berlim, 2001, e na Bienal de Sydney, 2002. Exposições individuais incluem: Centro Cultural de Belém, 1999; Camden Arts Centre, Londres; Contemporary Art Centre, Vilnius, Lituânia; Galerie im Taxispalais, Innsbruck, Austria; Tramway, Glasgow, 2000; Rooseum, Malmö, Suécia, 2002; The Power Plant, Toronto, 2003; Museu de Serralves, Porto, e Ludwig Museum Budapest, 2005; Irish Museum of Modern Art, Dublin, 2006; DAAD Gallery, Berlim, e Mead Gallery, University of Warwick, Reino-Unido, 2007; Lunds Konsthall, Lund, Suécia, 2010; CAM, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2011; Brandts Kunsthallen, Odense, Dinamarca, 2012; Trondheim Kunstmuseum, Trondheim, Noruega, 2014.

O seu trabalho foi exposto, entre outros museus e instituições, na Tate Modern, London, Museum Folkwang, Essen, Alemanha; ACAA Australian Centre for Contemporary Art, Melbourne; Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen K21, Dusseldorfe; National Museum of Contemporary Art, Seoul, Coreia do Sul; Haus der Kunst, Munique; Hayward Gallery, Londres; Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo; Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid.

João Penalva é representado pela Galeria Filomena Soares, Lisboa; Simon Lee Gallery, Londres/Hong Kong; Galerie Thomas Schulte, Berlim; Barbara Gross Galerie, Munique.





Sem comentários:

Enviar um comentário