quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Relógios & Canetas online Outubro - Editorial - mudança da hora


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Editorial

Mudança da hora

No final deste mês, mais exactamente às 02h00 da madrugada de domingo, 25 de Outubro, os relógios atrasam 60 minutos e entramos na chamada Hora de Inverno. Até há cerca de um século, o tempo era local e cada local tinha o seu tempo. Os caminhos-de-ferro e, sobretudo, a electricidade, exigiram e permitiram a transmissão de tempo igual para regiões diferentes. Portugal, no início do século XIX, adopta o Tempo Solar Médio (dia de 24 horas) e os Observatórios Astronómicos de Lisboa e Coimbra transmitiam a Hora Legal (conceito novo) para a respectiva região de longitude.

A partir de 1878, o Observatório de Lisboa passa a fazer a transmissão telegráfica da hora oficial a todo o país.

Só com a implantação da República Portugal entra no sistema de fusos horários. Assim, a 1 de Janeiro de 1912, o país fica com a hora do fuso das 00h00, o de Greenwich, tendo nesse dia os relógios sido adiantados 36 minutos e 44,68 segundos (a diferença entre os meridianos dos Observatórios de Lisboa e Greenwich). Em plena I Guerra Mundial, em 1916, e para aproveitar ao máximo as horas de sol, surge pela primeira vez em Portugal o regime da Hora de Verão. Muito se tem debatido sobre a razoabilidade dessa medida, adoptada hoje por tantos países.

A ideia parte de Benjamin Franklin que, em 1784, a viver em Paris, escreve a propor esse esquema aos cidadãos da cidade. E acrescenta medidas complementares a essa mudança da hora.

“Que seja lançada uma taxa de um Luís por janela que tenha persianas que impeçam a entrada da luz solar”, defende o revolucionário independentista norte-americano. “Que a cada família só seja permitido comprar uma libra de velas por semana”.

“Que a guarda impeça todo o trânsito de carruagens depois do pôr-do-sol, excepto os de médicos, cirurgiões e parteiras”.

“Todas as manhãs, logo que o sol apareça, que os sinos das igrejas soem; e se isso não for suficiente, que canhões sejam disparados em cada rua, para que os preguiçosos acordem”.

Por outras palavras, é preciso aproveitar todos os segundos que o sol nos dá. Embora, claro, a noite também seja produtiva…

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