segunda-feira, 1 de junho de 2015

Relógios Breguet patrocinam restauro da quinta Hougoumont, onde há 200 anos se deu a Batalha de Waterloo


Abraham-Louis Breguet

A Breguet está assinalar o bicentenário da Batalha de Waterloo, sendo o principal patrocinador privado do trabalho de restauro da quinta Hougoumont, junto ao campo de batalha, na actual Bélgica. Uma das últimas testemunhas genuínas da batalha, Hougoumont deverá permanecer como símbolo da paz e estabilidade na Europa. A inauguração do espaço, depois do restauro, está prevista para dia 17 de Junho, na presença de Marc A. Hayek, Presidente e CEO da Breguet, além de membros da realeza europeia - como o Príncipe Carlos, Duque de Wellignton, o Príncipe Blücher von Wahlstatt e o Príncipe Charles Bonaparte - além de políticos contemporâneos.


A quinta de Hougoumont

O Duque de Wellington considerou a ocupação da quinta Hougoumont como decisiva para o resultado da Batalha de Waterloo (18 de Junho de 1815), que acabaria com mais de 20 anos na Europa. Este edifício tem particular significado para a Breguet, devido aos laços que manteve com os protagonistas da batalha.

Clientes fiéis da Breguet podiam encontrar-se tanto no campo de Napoleão como dos Aliados. Os mais famosos de todos, claro, o Imperador Napoleão e o Duque de Wellington. Mas podem mencionar-se igualmente o Marechal de Grouchy, o Marechal Ney, Jerôme Bonaparte, o Cirurgião Chefe Dominique Larrey e o General Kellerman, de um dos lados; o Conde de Uxbridge, Lord Somerset, o Major Percy e os Generais Cooke, Maitland e Ponsonby do outro. Além de Pozzo di Borgo.

Mas a Batalha de Waterloo também foi ocasião de honrarias e reconhecimento para com Abraham-Louis Breguet (1747-1823). Em Luís XVIII, Rei de França, ele tinha um sincero e activo admirador. A 27 de Outubro de 1815, apenas alguns meses após Waterloo, o mestre foi nomeado Relojoeiro da Marinha Real. Breguet tinha estado, até então, durante 40 anos à frente da sua manufactura. A empresa estabeleceu-se em Paris em 1775 e obteve o seu primeiro sucesso junto da Corte francesa durante o reinado de Luís XVI e Maria Antonieta. Nos conturbados anos da Revolução Francesa, Breguet regressou à Suíça, o seu país de origem. Durante o período do Império, quase todos os membros da família imperial foram seus clientes. Breguet também exportou as suas criações, que eram muito procuradas em Inglaterra, Espanha e Rússia. As políticas de Napoleão, o Bloqueio Continental e a guerra com a Rússia impediram-no de desenvolver os seus talentos comerciais. Mas depois da derrota de Napoleão, a protecção de Luís XVIII e o nascimento da nova Europa, na sequência do Congresso de Viena, fizeram com que a sua empresa prosperasse.

Abraham-Louis Breguet foi responsável por muitas invenções, tanto técnicas como estéticas, que deram azo ao nascimento da relojoaria moderna. As suas invenções incluem à corda tipo "gong", a espiral Breguet, o relógio de tacto, o escape de turbilhão e os primeiros cronógrafos. Também é dele a autoria do primeiro relógio de pulso, em 1812, para Caroline Murat, irmã de Napoleão. Breguet deu aos seus relógios uma aparência mais plana e despida, com mostrador decorado guilloché, ponteiros com abertura na ponta e canelado na lateral das caixas.

Diz a Breguet que, "com o patrocínio do Projecto Hougoumont, sublinha-se o laço com a sua própria história bem como com a História da Europa". A quinta Hougoumont passará a contar com uma sala Breguet.

E se Napoleão não tivesse sido derrotado. Sobre a Batalha de Waterloo, leia-se aqui o interessante artigo de Andrew Roberts, no Smithsonian Magazine.

A Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, tem no seu acervo uma colecção de relógios Abraham-Louis Breguet, nomeadamente um que pertenceu ao General francês Junot e que depois foi parar a Wellington, o vencedor de Waterloo (imagem abaixo).



Breguet nº 178, pertenceu a Napoleão (Museu Nacional Suíço)


Breguet nº 611, relógio de tacto (podem saber-se as horas pelo tacto), pertenceu a Josefina Bonaparte


Breguet nº 1717, pertenceu a Louis Bonaparte


Breguet nº 2727, pertenceu à Imperatriz Maria Luísa


Breguet nº 2727 (verso)


Carolina Murat, Rainha de Nápoles


Quadro de Jean-Louis David, Napoleão Bonaparte, 1812 (The Bridgeman Art Library)


Michel Ney, Marechal de França


Sir Thomas Lawrence, Duque de Wellington, 1817 (The Bridgeman Art Library)

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